Sonho dentro do sonho... Imaginação. Restou-lhe apenas a fotografia.
-Garçom, por favor, apenas mais uma dose de whisky.
Olhar fixo em algum ponto imaginário, na mão um copo pela nona vez quase vazio. No balcão uma fotografia e naquele coração do peito uma imensa dor, uma agonia. Assim estava um jovem rapaz. De repente adentra o recinto uma bela mulher. Aquela de encanto mil. Aproxima-se dele e segurando-lhe a mão, retira com delicadeza o copo. Ele ainda atordoado sem conseguir racionar. Permitiu-se em lágrimas molhar o rosto e aquela bela mulher o acalentou. Com calma e destreza levou-o ao carro e no balcão ficou a fotografia. Já em casa, adentra o quarto, indo ao banheiro... Juntos tomam um banho e até então sem nada dizerem. Encaminham-se para a cama e lá é que ele se lembra da fotografia e ela olhando dentro dos olhos dele diz docemente:
-Para que te serve minha fotografia... Se estou aqui, ao vivo, tua rainha?
Em amor há muito desejados eles amam-se com fervor e no embalo do sonho de amor adormecem. Lá pelas dez da amanhã da aurora seguinte ele desperta. O corpo ainda em chama olha a cama... vazia. Percorre a casa inteira e chegando até a porta ainda conseguiu vê o cortejo que levava pra longe sua rainha. Pensou correr atrás, mas sabia que em nada adiantaria já não se encontrava mais a altura de sua doce rainha. Olha para a mesinha no centro da sala e em envelope perfumado estava à fotografia. Foi aí que tomou a mais triste decisão: Abraçado à fotografia e em prantos trancou em definitivo a porta do seu coração.