A vida a(normal) de Marie - parte 2.

Minha mãe é uma pessoa sem tempo desde que se separou do papai, não a culpo... Mas ela se separou dele, e não de mim.

Às vezes nas revoltas até a condeno pelos meus comportamentos loucos e incontroláveis. Em tantos momentos precisei dela e ela não estava lá, minha sorte é ter a vovó ao meu lado.

Como eu disse, estou pensando seriamente em voltar para o colégio para ficar mais próxima de Artur, mas para isso teria de conversar com meus pais, o que parece impossível hoje em dia.

Larry tratou de me ajudar, iria chamar minha mãe e dizer que eu precisava ter uma conversa séria, ela sempre ouve ele mesmo sem dizer palavra alguma.

Trato feito! No outro dia lá estava ele batendo na porta do escritório da mamãe, o que eu chamaria de porta do inferno, pois é como se ela não pudesse sair de lá jamais. Enquanto espero vou procurar Jhon, e vejo que ele está despreocupado com a barriga pra cima comendo e destruindo sua bolinha de brinquedo. "Como é bom ser um cachorro", penso.

Mamãe veio falar comigo, e disse simplesmente que se é isso o que eu quero, que seja feito. Eu voltaria para a escola na semana seguinte. Apesar de não ter sido a conversa dos meus últimos sonhos, ela fez o que eu quero, então está tudo bem.

Pulando de felicidade, abracei Larry e primeiramente o agradeci por ter a chamado. Ele sorri e eu vejo que seus olhos não estão mais em minha face, mas sim na nova revista do Justin Bieber que chegou, e logo se joga no pufe de pelúcia azul.

Resolvi ligar para Artur e dar a "grande notícia" de que eu voltaria a estudar, ironizando ter uma saudade imensa pelos estudos. A mãe de Artur atendeu, foi a primeira vez que falei com ela, perguntei travando a voz se ele estava e ela apenas disse que ia chamá-lo.

Artur atendeu com aquela voz de príncipe, e eu tive que me controlar para não expressar exagerada felicidade em ouvir. Falei "Oi" com um sorriso travado, e ele percebeu pela minha voz que eu estava feliz. Contei a ele sobre a minha volta ao colégio, e ele desapontado me disse que estava suspenso por 1 mês.

Soltei um "tudo bem", já com o coração destruído e senti como se tivesse feito tudo errado, deveria ter falado com ele antes.

Saí chutando todos os objetos que via pelo chão, batendo as portas e sussurrando palavras idiotas. Larry pela primeira vez agiu e me segurou contra a parede pedindo que eu ficasse calma, me fez sentar naquele maldito pufe e me manteve lá por muito tempo. Após horas pensando no acontecido, decidi que posso aguentar algumas semanas sem Artur no colégio, me controlando para não fazer nenhuma besteira, e somente esperando por ele, aliás, nem iria demorar tanto assim.

Semanas de aulas se passando, e o tédio percorrendo minhas veias, eu já não suportava mais olhar para todas aquelas meninas apontando defeitos em meu estilo, no meu jeito de andar desajeitada, falar, e se comportar. Minha vontade era correr pra casa, abraçar minha mãe e chorar no colo dela. Mas não, eu sou Marie e não caio por ninguém. Passo meus dias e dias ignorando-as e esperando Artur entrar por aquela porta. Espero que ele volte logo... Estou incrivelmente com muita falta da companhia dele.

Continua.

Maindra Bianca
Enviado por Maindra Bianca em 13/11/2014
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