David Garcia

   David passava toda manhã pelo shopping da cidade, naquela loja de roupas trabalhava Alice, a garota dos seus sonhos, ele sempre parava por ali para poder vê-la por alguns segundos.
   Alice e David estudaram juntos durante dois anos, foi o bastante para que ele ficasse apaixonado por ela, mas toda a sua timidez o vez não ter coragem de se declarar. Thomas era o amigo imaginário de David, um espirito que o acompanhava em todos os lugares, eles se “conheceram” quando David tinha oito anos em uma velha casa na parte leste da cidade, naquele dia ele brincava com uns amigos de esconde-esconde e acabou perdido dentro daquele lugar, quando foi salvo por Thomas.
-Você não acha que já passou da hora de falar com ela? – Perguntou Thomas.
-Sim, mas ela pode ter namorado, ela pode não gostar de mim.
-Não vejo nenhum anel nas mãos dela e pelo que vi ela deu um sorrisinho agora pouco olhando pra você.
-Sério? Nem notei.
-Entre, peça alguma coisa, elogie ela, algo normal mas diferente. Algo que ela não espere ouvir.
-Tipo o quê?
-“Gosto do jeito que você prende o cabelo”.
-Ok – Respondeu David.
   Ele entrou devagar tentando não parecer nervoso, olhando para as roupas quando se esparrou com Alice quase a derrubando com uma dúzia de camisas em seus braços.
-Me desculpe, estava destraído. – Ele falou totalmente envergonhado e vermelho.
-Tudo bem, eu devia ter pedido com licença, a propósito posso ajudá-lo em alguma coisa? – Alice falou enquanto colocava as blusas sobre o balcão.
-Eu quero ver algumas camisas, gosto de cores escuras.
-Está bem, qual seu tamanho?
-M.
-Vou separar aqui as mais escuras ai você pode escolher melhor.
-Nossa, gostei do jeito que você prende o cabelo.
-Obrigado. – Ela ficou levemente sem jeito, mas logo voltou a calma.
-Você tem um sorriso bonito David.
-Obrigado Alice, ele é bonito quando estou olhando pra você.
   Ambos ficaram se olhando naquele momento, sem palavras e com total desconfiança, David apontou para uma camisa e disse:
-Quero aquela ali. – Se tratava de uma camisa verde com alguns detalhes em preto, listras e detalhes no centro.
-Quer provar?
-Não precisa, sempre dá certo esse tamanho em mim.
-Tudo bem, vou levar até o caixa.
   Ele saiu um tanto apressado de lá, ouvia Thomas as vezes o gozar e as vezes o elogiar, mas o que importava é que finalmente ele teve coragem de conversar com ela, de vê-la nos olhos e poder ser ele mesmo.
 

 
 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 12/11/2014
Código do texto: T5033080
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