Era uma vez uma camisa...
 
Havia sempre uma casa sem botão.
 
Certa vez surgiu um maravilhoso botão.
Muito encantado quis bastante a casa ocupada.
Mas teimava o botão em cair, deixando a roupa.
 
Um dia voltou a casa a ficar sem o precioso botão.
Não aceitei, triste demais avaliei o mundo e a vida.
Aquele botão necessitava ressurgir, retornar, voltar.
 
Continuou longe, porém seguiu tocando o coração.
 
O porvir curou a grande ilusão e secou as lágrimas.
Bons ventos! Decidi ocupar a casa com outro botão.
Ousei esquecer o velho, substituí por um fascinante.
 
No início o entusiasmo sugeria que seria avassalador.
O tempo trouxe, entretanto, o vazio de todos os botões.
 
O botão antigo não me interessa, não recordo mais ele.
O novo é belo, todavia não consegue embalar os sonhos.
 
Oh! Exige o destino da casa permanecer faltando um botão?
 
Aquece a mão a luva, a mente grava a questão
Agradece bem a chuva, a semente lava de montão
Na camisa que ele usa somente não crava um botão
Ilmar
Enviado por Ilmar em 09/11/2014
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