Hitler E Sua Amada Capítulo Final

Não fora um sonho na verdade, fora um pesadelo terrível e do qual ela jamais esqueceria. Geli sonhara que estava numa grande cidade, a qual acreditava ser Berlim, mas toda arrasada e destruída...aviões bombardeavam a metrópole lançando milhares de bombas incendiárias. A fumaça era tão espessa que o dia se transformara em noite. Centenas, milhares de pessoas de todas as idades, jovens e velhos, mulheres com seus bebês nos braços, crianças separadas de seus pais, todos esfarrapados e imundos, famintos e esqueléticos corriam desesperados tentando escapar do bombardeio...o chão estava juncado de cadáveres mutilados em meio a um mar de sangue... e as pessoas fugiam, fugiam como loucas mas não havia escapatória, se não eram mortas pelas bombas que os aviões despejavam sem piedade, morriam esmagadas sob os escombros dos edifícios que iam abaixo...e era apenas a destruição e o desespero e a dor e a morte e a guerra e a guerra e a guerra que reinava absoluta sobre tudo...aquele maldito som dos canhões antiaéreos...Berlim destruída...

Então no meio do sonho Geli ergueu seus olhos cheios de lágrimas e viu as ruínas de um palácio e de pé no meio delas estava seu tio Adolph, transformado em Senhor Supremo da Guerra...sim, seu tio Adolph, seu amante Adolph, mas inteiramente transformado naquele anjo mau que ela entrevira algumas vezes. Ele estava envolto numa longa capa negra que esvoaçava ao vento quente da batalha, tinha um chicote na mão, no rosto uma expressão dura e cruel. Aqueles seus estranhos olhos azul acinzentados refletiam o fogo do inferno! Geli sentia que mesmo assim ainda o amava, que jamais poderia deixar de amá-lo, mas ai, como ele parecia distante do amor...e como lhe causava pavor sua figura...então o chão se abriu debaixo dele e Geli viu horrorizada que o próprio Demônio o puxava para um mar de fogo, onde ele recebeu o título de Diabo E Satanás. De repente o cenário mudou, ela não estava mais lá, e sim numa espécie de parque de gramado muito verde...onde passeavam tranquilamente rapazes e moças muito estranhos, de cabelos longos, pés descalços e roupas coloridas que ela nunca vira antes...e eles começaram a dançar ao redor dela de mãos delas, entoando algo que soava como, all we are saying, is give peace a chance...

A porta se abriu e Adolph entrou, elegante num terno escuro, na lapela a Cruz de Ferro que recebera por atos de bravura durante a Grande Guerra e que sempre usava. Tomou Geli pelas mãos e admirou.

- Como você está linda, Mein Schatz... - falou.

- Tio... - disse ela sorrindo, deliciada com o elogio. - Vamos? Está quase na hora...

- Vamos, sim, mas antes, olhe o que eu lhe trouxe... - e assim dizendo Adolph tirou do bolso uma correntinha fina de ouro com uma pequena cruz suástica também de ouro.

Geli arregalou os olhos.

- Que linda! Vou usar sempre... como o anel que o senhor me deu.

Adolph a fez virar de costas e colocou a corrente no pescoço alvo da moça. Beijou sua nuca, fazendo a corrente elétrica se acender.

- Tio... desse jeito vamos nos atrasar...

Adolph a virou para si e a contemplou longamente, com um ar sonhador.

- Sabe, Geli, um dia eu vou governar esse país, e criarei uma Alemanha invencível, um Império Germânico de costa a costa... e nesse dia, você será coroada rainha...a minha rainha... e eu mesmo colocarei uma coroa de ouro em sua cabeça... - agora os dele faiscavam. - Porque, meu amor, eu conquistarei o mundo inteiro para colocá-lo aos seus pés...

Geli lembrou do sonho e estremeceu... depois abanou a cabeça e riu, pegando a pequena bolsa de pedrinhas faiscantes.

- Vem, tio Adolph...a noite está tão bonitas!

E saíram para o teatro.

ALL WE ARE SAYING IS GIVE PEACE A CHANCE

ALL WE ARE SAYING IS GIVE PEACE A CHANCE...

Fim

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Maryrosetudor
Enviado por Maryrosetudor em 31/10/2014
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