Hitler E sua Amada Capítulo 13

O que existia entre Adolph e Geli era selvagem, denso, carnal...era uma paixão física, mas também uma profunda união de almas, era um medo de estar longe e um desejo infinito de estar perto, era uma coisa meio desvairada, uma força da natureza, a loucura de um animal no cio, era algo que estava acima das convenções, e os arrastava um para o outro...era um desejo avassalador, uma fome nunca saciada, um abismo sem fundo...

Angela passou a tratar Geli com muita frieza, como se ela não lhe dissesse mais respeito e fosse propriedade de seu tio. Por isso, não se abalou nem fez objeções no dia em que Adolph propôs que ela continuasse a viver ali, enquanto ele e Geli iriam morar num apartamento em Munique.

- Geli é uma moça inteligente, deve continuar seus estudos, mana. - argumentou ele. - Só quero o melhor para a minha sobrinha...

Angela sorriu, mas seu sorriso já não era o mesmo.

- Claro que sim, mano. - respondeu torcendo o avental entre os dedos. - Afinal, Geli é como se fosse sua filha, não é mesmo? É você quem precisa tomar conta dela agora...

A crescente indiferença da mãe fez Geli entender que ela descobrira tudo e a desprezava. Isso a fazia sentir-se a pior das pecadoras, culpada e suja, de modo que a moça ficou aliviada com a mudança. Além disso, morar na cidade a atraía, lá ela poderia passear, olhar vitrines, tomar sorvete, ir ao cinema...sempre ao lado de Adolph, claro. Depois daquela cena com Emil ele se tornara muito desconfiado e a vigiava constantemente. Geli também se ofendia com qualquer atenção que ele dirigisse a outra mulher. Na cama era sempre aquele fogo, aquela alucinação. Bastava se tocarem para a corrente elétrica se conectar, e os arrastar a um novo ato de amor que os consumia. Agora estavam à vontade, longe das vistas de Angela, e podiam se entregar ao prazer sem medo...

Até que um dia Geli foi procurar a mãe abalada e pálida como a morte.

- Mamãe, estou esperando um filho. - falou.