Hitler E Sua Amada Capítulo 12

Adolph entregou orgulhosamente a volumosa pasta de couro a um de seus mais próximos amigos, Rudolf Hess.

- Aqui está... Mein Kampf. - disse com o mesmo enlevo de um pai que mostra seu filho pela primeira vez.

Rudolf sacudiu a cabeça, satisfeito.

- Muito bem, meu amigo... a editora espera ansiosa o segundo volume.

- E eu aguardo ansioso que o livro esteja ao alcance de todos! - respondeu Adolph com um brilho fanático no olhar, aquele seu olhar que parecia atravessar as paredes e as pessoas. Que todos compreendam a mensagem que eu quis passar... o futuro magnífico que temos pela frente, se soubermos preservar nossa superioridade racial!

Os dois amigos conversaram ainda por algum tempo. Foi quando uma risada alegre e cristalina chamou a atenção de Adolph.

Ele foi até a janela e viu Geli conversando animadamente com o motorista Emil Maurice. Pareciam tão íntimos, tão próximos... desde quando? Uma onda selvagem de ciúme o invadiu e seu semblante ficou carregado como as nuvens de um temporal.

Rudolpf aproximou-se e espiou por cima do ombro dele. Deu um riso vago.

- Emil e sua sobrinha... eles se dão muito bem, não?

Adolph não respondeu. Correu até a escrivaninha , pegou um revólver carregado e saiu do escritório com passos decididos. Rudolf foi correndo atrás dele.

- Ei, Adolph, onde você vai? O que vai fazer com esse revólver?

Enquanto Emil passava uma flanela no Ford, Geli conversava com ele sobre seu passado na Áustria.

- E você gosta de morar aqui com seu tio? - ele perguntava.

- Ah, sim... - respondeu a moça com um faceiro sorriso. - Tio Adolph tem sido bom para mim e para a minha mãe. ele é o pai que eu nunca tive...

Emil, que já desconfiava da relação dos dois, sorriu e concordou.

- Que bom, Geli... fico feliz por você.

Nesse momento Adolph aparece, e Geli arregalou os olhos ao ver novamente o anjo mau, de olhar cruel... e mais ao ver a arma em sua mão. Adolph não olhava para ela, mas sim para Emil, com uma fúria insana. O motorista recuou, intimidado.

- O que você está fazendo? - ele perguntou com ira mal contida. - O que tanto conversa com minha sobrinha?

- Nada, Herr Hitler, - respondeu o rapaz desconcertado - Fraulein Geli apenas me contava sobre sua infância na Áustria...

- Sei! - tornou o futuro Fuhrer. - Eu sei muito bem o que os homens desejam com moças ingênuas como ela...

- Tio, pelo amor de deus, o que é isso? - disse Geli assustada, correndo para junto dela. - Não houve nada demais, só estava conversando um pouco com ele...

- Adolph, veja o que vai fazer! - emendou Rudolf que o seguira.

- Geli, vá para dentro! - gritou Adolph. - Eu vou dar a esse crápula o que ele merece! - e engatilhou o revólver, enquanto Emil tentava se esconder. - maldito, não quero que você dirija a palavra a minha sobrinha nunca mais, ouviu bem? Nunca mais!

Geli se aferrou ao braço dele, desesperada.

- Tio Adolph, pelo amor de Deus, não!

Mas ele era mais forte e conseguiu se soltar. Avançou com fúria sobre Emil, que estava paralisado de susto, e deu-lhe uma violenta coronhada na cabeça. O rapaz caiu desmaiado, sangrando muito.

- Tio! - gritou Geli aterrorizada. Rudolph foi socorrer Emil e Adolph levou Geli pelo braço, aos trambolhões, para dentro de casa.

Angela que ouvira a confusão surgiu na sala assustada.

- Mano, pelo amor de Deus, o que está acontecendo aqui?

- Não se preocupe, mana! - ele respondeu muito alterado, empurrando Geli escada a cima. - Eu estou aqui para cuidar da honra de Geli!

Ele a fez entrar em seu quarto e a jogou sobre a cama, transtornado de ódio. Geli chorava muito, assustada e não reconhecendo mais aquele ser que estava à sua frente, e armava tamanha cena pelo simples fato dela estar trocando algumas palavras com alguém.

- Tio, eu não fiz nada... - ela balbuciou soluçando...

Adolph a segurou pelos ombros e de repente toda a sua ira se dissipou. Sua expressão ao fitá-la era de uma infinita ternura.

- Geli... será que você não entende que eu não posso ver você com nenhum outro homem? Você me pertence, meu anjo! Du bist meine...

Geli sacudia a cabeça.

- Mas eu não fiz nada de errado, tio Adolph, eu juro! Eu apenas estava conversando um pouco com ele... - de repente os olhos dela também assumiram uma expressão de dureza. - Eu também não gosto quando o senhor conversa com as moças da Juventude Nacional Socialista, quando vamos a Munique, mas nunca disse nada, nunca fiz nada!

E assim dizendo ela escondeu o rosto no travesseiro e começou a chorar outra vez. Adolph ficou alguns instantes em silêncio, os dedos mergulhados naquela cabeleira meio loura... uma sensação gratificante, um orgulho o invadiu. Então Geli também tinha ciúmes dele? Ele o ignorava... mas isso era uma delícia...

- Geli, você tem ciúmes de mim, meu anjo? - ele perguntou acariciando-a.

Ela não respondeu e continuou a soluçar. Ele se debruçou sobre ela, tão linda num vestido estampado de flores, sentiu seu perfume, beijou-a na nuca... aos poucos Geli foi se acalmando. Voltou-se e caiu nos braços do tio, e os dois se beijaram apaixonadamente... as mãos de Adolph começaram a percorrer o corpo de Geli e ela foi esquecendo do que acontecera há pouco, foi esquecendo do mundo inteiro para mergulhar num universo onde existiam somente eles dois...Adolph se deitou sobre seu corpo e a amou mais que tudo no mundo. Quando terminaram, ele a estreitou nos braços e repetiu:

- Du bist meine, Geli...

- Claro que sim, tio... - ela respondeu calma e saciada - Eu amo o senhor, mas por favor, nunca mais faça isso... - ela o acariciou e o olhou longamente. Foi horrível... jura?

- Vou tentar. - ele respondeu. - Mas, bitte, Geli, não quero que fique dando trela a nenhum homem...

Ela assentiu, vencida. Adolph sentiu que as entranhas da moça ainda ardiam, e tornou a erguer seu vestido. Com a boca a levou às estrelas, sentindo aquele sabor de mulher que o enlouquecia.

Esta foi a primeira cena de ciúme entre os dois. Emil foi demitido.E foi nessa tarde que Angela perdeu suas últimas ilusões.

Maryrosetudor
Enviado por Maryrosetudor em 25/10/2014
Reeditado em 08/11/2014
Código do texto: T5011646
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