Hitler E Sua Amada Capítulo 11
Dois vultos conversavam em meio à escuridão da noite, numa esquina qualquer de Munique.
- Por essa eu não esperava...
- Nem eu...
- Ele anda de cabeça virada por causa daquela Fraulein...
- E para piorar o caso, é sobrinha dele...
- Scheibe... ele está perdendo o foco...
- Já pensou se ela engravida? Vai ser um escândalo, e o fim das nossas metas... isso precisa ter um fim...
- Pensei que Herr Hitler fosse imune ao amor.
- E qual de nós homens é imune às mulheres? Para esse veneno não existe antídoto...
Os dois vultos riram.
- Não é hora para brincadeiras... nós dois sabemos que Herr Hitler possui um destino maior e não pode colocá-lo em perigo por causa de uma mulher...e mais ainda, sabemos que o futuro Fuhrer precisa ficar solteiro...
- Bem... pode ser que a coisa não seja tão séria quanto parece...uma paixonite sem consequências...vamos esperar.
- Se pelo menos ele não aparecesse com ela por toda a parte...
- Vamos esperar... e se for necessário... - um dos vultos tocou no revólver em sua algibeira. - Tiraremos Fraulein Geli do caminho.
E com isso os dois vultos se separaram e se perderam na escuridão da noite.
No dia seguinte, Geli foi levar o chá para seu tio no escritório, quando ele a surpreendeu tirando uma caixa de dentro da gaveta. Dentro dela havia uma pistola Walthers chapada a ouro com cabo de marfim.
- Que é isso, tio? - ela perguntou arregalando os olhos.
Ele sorria, ele se divertia imensamente com cada reação inocente da moça às coisas novas que lhe apresentava.
- Geli, hoje eu vou lhe ensinar a atirar! Venha, vamos à floresta...
Ela balançou a cabeça, ainda perplexa.
- O senhor vai me ensinar a atirar? Mas porque, tio? Eu sou mulher, não aprender essas coisas...
- Não é verdade, você precisa aprender a se defender. - ele respondeu ficando sério de repente. A prendeu nos braços e a beijou, depois pos o chapéu e saíram.
Perto da propriedade havia uma sombria e perfumada floresta de pinheiros. Adolph tirou a arma da caixa e a destravou. Depois abraçou Geli por trás e a ensinou a segurar a pistola. Um estremecimento gostoso logo percorreu o corpo de ambos. Ela riu.
- Ai, tio Adolph... assim vai ser difícil se concentrar!
Ele também riu, beijando-a no alvo pescoço.
- Também acho, meu anjo, mas não me atente agora... mire ali... naquele pinheiro maior.
As mãos de ambos se encontraram sobre a pistola, Geli estava um pouco nervosa, pois nunca chegara perto de uma arma em sua vida. Adolph a guiava.
- Assim... mire ali... agora ponha o dedo aqui no gatilho...
- Nossa, tio Adolph...é pesada...
- Pronta?
-Sim...
- Atire!
Geli fez o gatilho disparar, com um pequeno grito de susto. Treinaram quase até a hora do almoço, e ao fim desse tempo, ela já sabia atirar bem e quase sempre acertava o alvo que Adolph lhe indicava. Ele sorriu, satisfeito, e guardou a arma dentro da caixa.
- Está bom por hoje. - falou, abraçando-a. - Então, Geli, você aprendeu rápido, meu anjo... e tem uma ótima mira...
Ela sacudiu os cabelos claros, em cujos fios se refletiam a luz do sol, e deu um sorriso encantador. Lânguida reclinou-se no ombro de Adolph.
-Que tal colhermos umas flores? - ela perguntou baixinho no ouvido dele. - Os campos estão cheios de margaridas...
- Vamos sim, meu anjo... - ele respondeu, e se embrenharam de mãos dadas no frescor da floresta. Logo estavam se amando sobre a grama... seus gemidos ecoavam por entre os pinheiros...
Enquanto isso, na cozinha, Angela preparava um Kuchen de frutas, enquanto lembrava sem querer de tudo o que Elfriede dissera naquele dia. Agora pensava que Geli, às vezes, tinha uns comportamentos estranhos... bebia muito chá de canela forte... e tinha sempre manchas roxas no pescoço e no colo...
Seria possível?!
Angela pos o bolo a assar e olhou pela janela. Onde eles estariam agora?
E fazendo o que?