Hitler E Sua Amada Capítulo 6
O tempo andava muito bom nas montanhas bávaras naquela primavera. Naquele domingo, por volta das dez da manhã, Adolph estava em seu escritório debruçado sobre um grosso manuscrito. Folheava, rabiscava algumas páginas fazendo acréscimos e cortes, resmungando consigo mesmo, mas não estava conseguindo se concentrar. A todo momento seu olhar se dirigia à pesada porta de madeira, a cada instante esperava ouvir os passos ligeiros de Geli no corredor. Estava agindo como um adolescente, pensou meio risonho. Ah, Geli... aquela menina viera como um terremoto para abalar suas estruturas. Ele nunca imaginara que pudesse se apaixonar daquela maneira. Nem deveria, pois jurara dedicar todas as suas energias ao seu ideal maior, alcançar um dia o poder e criar um grande Império Germânico... o império com o qual sonhava de olhos fechados...mas então Geli surgira à sua frente, jovem e graciosa, linda, e ele caíra de amores por ela como um colegial. Pensava em tudo o que acontecera entre eles na véspera. Geli... Adolph fechou os olhos revendo seu corpo alvo e nu, sentindo ainda na boca o sabor daquela jovem mulher, recordando seus gemidos, seu calor...
Adolph de repente sentiu um grande tédio ao olhar para aquele manuscrito e o empurrou para um lado. Estava tão feliz, como nunca estivera antes em sua vida. Sim, estava loucamente apaixonado... olhou para o teto e sorriu. Tivera de fazer um esforço sobrehumano para não tirar a virgindade de Geli, mas ainda era cedo, e... se ela ficasse grávida? Isso sim era uma nuvem carregada naquele horizonte luminoso. Se Geli engravidasse, o problema não seria o escândalo, pois ele se casaria com ela imediatamente, mas havia outra questão que o assombrava. Eram as sucessivas uniões consanguíneas na família. Seus pais eram primos em segundo grau, Geli era sua meia-sobrinha. E se gerassem uma criança anormal? Adolph agitou-se na cadeira, inquieto. Não via uma saída para esse impasse., mas sabia que nem sempre conseguiria se controlar...
A porta se abriu nesse momento e Geli entrou sorridente, de vestido novo cor de rosa, equilibrando uma bandeja com um bule, duas xícaras e uma compoteira. O rosto de Adolph se transfigurou.
- Hora do chá, tio!
- Deixe-me ajudá-la! - ele falou e correu a pegar a bandeja, que pousou sobre a mesa. Alegre e luminosa, Geli pegou o bule de porcelana e encheu as xícaras com chá de camomila fumegante, colocando um torrão de açúcar dentro de cada uma. Depois ela apanhou um biscoito de dentro da compoteira e o pôs na boca de Adolph.
- São de polvilho, mamãe acabou de tirar do forno...
- Muito bom1 - disse ele mastigando. - Sua mãe é uma excelente cozinheira. Eu tenho uma dívida eterna de gratidão para com ela...
Geli puxou uma cadeira e sentou junto de seu tio. O anel de diamante faiscava em seu dedo.
- Porque, tio?
Adolph tomou a mão da moça entre as suas e a beijou com imensa ternura.
- Porque ela trouxe você ao mundo, meu anjo. - respondeu contemplando-a. Seu nome é Angela, e você é mesmo um anjo. O meu anjo...
Geli inclinou-se e o beijou de leve na boca. Eles ficaram tomando chá em silêncio. Depois Adolph largou a xícara e puxou Geli para si.
- Venha cá, venha... - murmurou, fazendo-a sentar em seu colo. Então a abraçou com força, e se beijaram longamente...
Elfriede passava pelo corredor nesse momento e pela porta entreaberta viu a cena.