Hitler E Sua Amada Capítulo 4
Geli quase não dormiu aquela noite, pensando no passeio que daria no dia seguinte, sozinha com seu tio. Estava louca louca por ele... não via a hora de se beijarem outra vez. Sem dúvida, sua vida tomara um rumo muito bom... levantou muito cedo e ficou um longo tempo escolhendo o que vestir naquele dia tão especial. Suas roupas eram simples e poucas, costuradas por ela e sua mãe, eram pobres. Afinal se decidiu por seu vestido mais novo, de lã xadrez marrom e verde. Pôs uma boina marrom de tricô na cabeça, passou um pouco de carmim nas faces e ao se olhar no espelho até que gostou do resultado. Antes de sair Angela a aconselhou muito para que se comportasse e respeitasse seu tio. Geli ouvia a mãe com uma pontada de culpa. Ela nem sonhava com o que estava acontecendo...
Seu tio a esperava no jardim, ao lado do carro. Ele estava de chapéu e sobretudo e visto de longe tinha um ar um pouco sinistro, mas o coração de Geli disparou ao vê-lo. Então ele a avistou, e sorriu. Geli sentiu que apenas ela tinha o poder de iluminar seu rosto daquela maneira.
- Bom dia, Geli, dormiu bem? - perguntou.
- Bom dia, tio Adolph. Dormi bem, sim... e o senhor...
- Muito bem! Agora venha, hoje você vai conhecer Munique...
O motorista já estava a postos e abriu a porta do carro. Ao fazer Geli entrar na sua frente, seu tio Adolph a enlaçou pela cintura...
O dia estava bonito, era um sábado. Eles conversaram durante todo o trajeto.. Geli contou sobre sua vida em Linz, terra natal de ambos. Ele prestava grande atenção a tudo o que ela dizia. Precisavam ser discretos por causa do motorista, mas isso não os impedia de ficarem de mãos dadas, dedos entrelaçados, no banco de trás... aquilo era uma delícia para ambos.
- Tenho muito a lhe mostrar na cidade. - disse Adolph. - Você pode escolher todas as roupas que quiser, e que mais precisar, embora eu não acredite que possa ficar mais linda do que já é...
Geli corou e sorriu.
Munique foi o berço do Nazismo, que tantos estragos haveria de fazer pelo mundo um pouco adiante no tempo. Não era uma cidade muito grande ou interessante, mas para Geli que não conhecia nada do mundo foi um momento fascinante. Adolph a levou a uma loja de roupas femininas e disse a ela que escolhesse o que mais a agradasse e depois mostrasse a ele.
Encantada, Geli escolheu uma pilha de vestidos, blusas e saias, a maioria de cores vivas, e foi mostrar ao tio. Ele analisou cada peça, descartou as mais decotadas e sem mangas e liberou o resto. Não queria que Geli andasse mostrando aos outros homens os tesouros de beleza que somente ele devia ver. A moça também comprou chapéus, sapatos e roupas íntimas. O motorista levou uma pilha de caixas e pacotes para o carro, enquanto Adolph foi com Geli até uma joalheria perto dali.
- Eu hoje vou lhe dar um anel. - disse ele encarando-a. - Um anel que você nunca mais vai tirar do seu dedo.
A voz dele tinha algo de definitivo e impressionante. Geli estremeceu. seria um anel de noivado?
Era a primeira vez que Geli pisava numa joalheria em sua vida. Seu tio Adolph ficou um longo tempo sentado diante de uma grande caixa de veludo negra cheia de anéis, escolhendo um, como se sua vida dependesse daquilo. Afinal se decidiu por uma peça bem delicada mas linda, um pequeno diamante engastado em ouro branco. Colocou-o no dedo anular de Geli, e o anel parecia ter sido feito sob medida para ela.
- Gosta? - ele perguntou.
- É lindo, tio. - respondeu a jovem com os olhos marejados. - Nunca vi nada tão lindo...
- Jura que jamais vai tirá-lo do seu dedo?
- Juro...
Geli agora estava convencida de que se tratava de um anel de noivado.
Ao saírem da joalheria Adolph consultou as horas. Já passava do meio dia.
- Está com fome, Geli? - perguntou.
Então eles olharam um para o outro e compreenderam que estavam com muita fome, sim... mas não de comida.
fome um do outro.
Adolph mandou o motorista seguir para seu apartamento.