A reconstrução do mundo em três dias
Era uma garota dramática. Cada pequena coisa era o fim do mundo. A última tragédia, recém-acontecida, foi o rompimento com o namorado. Nem era coisa séria. Como se dizia antigamente, um namorico. Por falar nisso, no meio de todas essas gírias novas, posso falar que ela “desficou”? Não importa como dizê-lo. Para ela o “mundo tinha desmoronado”. Parecia até uma daquelas canções antigas. O primeiro dia, após, foi o mais triste. O segundo já não foi triste como o primeiro. O terceiro, pode se dizer que foi praticamente alegre. Não disse que ela era exagerada? Uma amiga dela, lembrou-a da frase pomposa em que ela falava do desmoronamento. E agora? O que ela vai dizer? Está toda lampeira por aí, pensou a amiga.
Pois bem, ela explicou simplesmente, que o novo namorado, o Rafa – isso mesmo, já tinha arrumado outro - tinha reconstruído o seu mundo. Grande cara esse: reconstruiu o mundo em três dias. E olha que tem alguém que demorou sete dias para construí-lo. É verdade que era bem mais detalhado que o mundinho do Rafa e da namorada. Isso é que podemos chamar de uma garota “hiperbólica”...
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