Amor na Cidade do Sol cap FINAL

Ela e Dhil Partiram para a cachoeira e ao chegar lá Kay já se encontrava a espera dela. Entraram para a água e foi dentro das águas transparentes que ela nasceu. Deram lhe o nome de Lua pois era a Deusa que lhes havia concedido o amor. Kay e Dhil conduziram a Menina e a genitora para a caverna dentro da cachoeira e as três deveriam ficar lá até que fossem chamadas. Kay voltou para a cidade e os acontecimentos que se desenrolaram lá nunca haviam sido vistos pelos nativos daquela cidade. Ninguém sabia o que era violência antes daquele dia.

O prefeito voltara a cidade e esperava por Kay com um grupo de Homens que eram seus seguidores. Queriam matar Kay. Armaram uma cilada pra ele perto da entrada da cidade e tentaram prendê-lo. Queriam Levá-lo pra dentro da casa do prefeito e ele revidou com seus poderes. Muitos homens eram arremessados para longe e caíam sem vida. Outros eram levitados e pendurados nas árvores. Crianças e mulheres foram usadas como escudo pelo prefeito e seus seguidores. Os homens do prefeito utilizando armas confeccionadas com diamantes azuis, não tiveram piedade nem de anciãos e nem de crianças, que estivessem ao seu alcance.

Vendo que a luta não cessava, Kay usou seus poderes para tentar detê-los e o prefeito usou de artimanhas para atrapalhar a concentração de Kay.

A pacífica Cidade do Deus Sol, agora sucumbia diante da violência provocada pela ganancia. Kay descobrira os planos do Prefeito e desejara detê-lo. Essa foi a gota d'água para que tudo acontecesse desse jeito. O prefeito imaginava que ele era descendente de outra raça e que por isso tinha poderes. Então usou os diamantes azuis para fabricar armas e um combustível que fizesse a nave que trouxera Kay funcionar.

Ele não desejava que isto fosse possível. Gostava deste lugar e lutaria com unhas e dentes para protegê-lo. Sentia-se um habitante local diferente, mas com certeza aqui era seu lugar. O prefeito ainda não sabia da existência da pequena Lua. E era melhor que não soubesse. Por enquanto estavam seguras onde estavam. Bloqueara com seus poderes, a entrada da caverna para ninguém entrar. Lá tinha alimentos suficientes para muitos dias ele mesmo armazenara com cuidado.

Para diminuir a violência da luta Kay resolveu atrair o prefeito para casa. A montanha era grande e tinha muitas passagens que ele conhecia melhor do que o pai. Fugiu do combate e subiu para casa. O prefeito o seguiu conforme previra. Dava pistas e se escondia fazendo o pai procurá-lo por toda a parte dentro da montanha onde ficava a sua casa. Ficaram assim por bastante tempo. Kay enveredou por caminhos estranhos que nunca tinha desbravado antes. Cansado, encostou em uma estátua de um menino de asas nu e a estátua se moveu fazendo abrir uma porta redonda atrás de si. Ele caiu sentado dentro de algo que parecia ser uma nave.

Provavelmente a mesma que seu pai dissera ter lhe trazido a este mundo. Era diferente de tudo o que ele havia visto até então. Tinha quadrados coloridos por toda a parte era circular e os quadrados se moviam e emitiam luzes de todas as cores. Kay tocou em uma cor e apareceu uma imagem sobre ela . Era uma pessoa que lhe falava mas ele não a podia ouvir. Tentou outras cores mas acontecia a mesma coisa. No centro da nave, no chão, tinha um botão grande em forma de lua cheia azul. Ele subiu em cima do tal botão e a sua frente apareceu uma mulher loura muito parecida com a imagem que ele vira nas paredes de quartzo da mina. Era ele se movendo de forma feminina. Uma linda mulher falava com ele e ele a ouvia. Então tentou tocar seu rosto. Saindo do botão central a imagem se apagou. Voltou para o centro e começou tudo de novo. A mulher lhe disse:

“ Meu filho, se você está me vendo e ouvindo é porque se tornou adulto e sobreviveu ao transporte. Espero que esteja bem. Só você poderia abrir a nave. Você foi submetido a luz azul e por causa disto tem poderes especiais. Os homens de minha época descobriram que um certo diamante azul, quando associado a uma máquina especial criada por eles, poderia dar poderes ilimitados a qualquer pessoa que fosse exposta a luz emitida por ela. Você foi exposto a essa luz e mandado para outra época, o começo de tudo. Você seria expelido pela máquina em uma embalagem especial e só você poderia retornar e abri-la quando fosse adulto o bastante pra entender e ter força pra abrir manualmente a porta. Fizemos isto para que ela não fosse aberta por alguém inescrupuloso. Só rogo a Deus criador do universo para que você tenha encontrado alguém bom para criá-lo. Destruímos todos os diamantes azuis de nossa época. Mas alguns cientistas já haviam se apoderado de alguns e criado máquinas do poder. Houve uma guerra mundial pelo poder e este planeta será destruído. Você não foi enviado pra outra galáxia apenas viajou no tempo. Seu nome é Kay, que quer dizer chave em uma de nossas línguas. Você é a chave para corrigir este mal. Destrua todos os diamantes azuis que puder encontrar. E você tem o poder de encontrá-los. Depois de algum tempo perderá todos os seus poderes mas valerá a pena pois salvará este planeta da destruição final. Não se preocupe, a perda de seus poderes levará muito tempo e será de forma gradual. Aqui na nave você encontrará todas as informações que precisa sobre a humanidade e sobre as coisas que aconteceram no futuro. Estas pessoas que verá são cientistas e eles estão aptos a lhe ensinarem tudo. Resolvi te usar e salvar sua vida, pois serias destruído conosco. Assim, por te amar demais, e não querer vê-lo ter um fim, coloquei sua vida nas mãos destes cientistas. Você vai crescer e nunca me chamará de mãe, mas valerá a pena. Se um dia conseguir realizar a tarefa que lhe peço, tente fazer funcionar a nave e voltar ao futuro. E vou poder finalmente ver meu filho me chamar de Mãe como todas que geraram um filho um dia....”

Atilde estava muito feliz com Lua na caverna. Ela e Dhil cuidavam da pequena com muito desvelo. Lua era especial. Levitava a todo o momento e por isso tinham que ficar com ela. Mas era muito prazeroso tomar conta dela. Amamentá-la era algo divino. Nunca saíam da gruta pois fora recomendado por seu Senhor que não o fizessem. Ali onde estavam só dava pra ouvir o som da cachoeira mas começou a ficar inquieta com a demora de Kay. Mandava mensagens para ele mas elas não eram respondidas. Saiu da caverna escondida de Dhil, que cochilava, e levando a filha nos braços, partiu para a cidade do Sol a cena que viu a estarreceu. As pessoas lutavam entre si e havia sangue por toda a parte. O bebê saiu de seu colo e levitando foi pra praça do sacrifício e se colocando no centro da praça, emitiu do alto, uma luz azul tão forte que cegou a todos. A luta parou no mesmo instante. Todos foram em direção a Kushy e o libertaram. Ninguém sabia o que ele estava fazendo ali. Não se lembravam mais. Era melhor assim.Esqueceram o motivo da briga e voltaram aos seus afazeres. Nem Kushy sabia o que acontecera com ele e com Dhil. Com seu dedo, Kay tocou a cabeça dela e a ferida cicatrizou no mesmo instante. Os seguidores do Prefeito, ao contrário, ficaram doidos de medo do bebê e temendo, um castigo fugiram aterrorizados. A eles a luz azul não afetou. A maldade de seus corações era nata. A luz só afetou quem estava sob efeito de hipnotismo naquele momento. Lua voltou para os braços de sua genitora, que desesperada, tentava pegá-la de volta. Atilde vira que não tinha nos braços apenas um bebê, mas um ser muito especial.

Dhil, que acordou e não encontrou Atilde, chegou bem a tempo de assistir a tudo e ficou abismada. A Lembrança não saiu de sua mente pois ela e Atilde não foram atingidas pela luz azul. Ninguém notou a presença delas, voltaram pra caverna e lá ficaram a esperar por Kay. Kushy Também não foi afetado pela luz azul. Presenciou a tudo sério e calado. Sabia que a pequena Lua não era sua filha. Estava apenas sendo seu guardião. Kay havia lhe contado tudo e preparado ele para assumir seu lugar ao lado de Atilde. Ele se sentia honrado pois achava que Kay era um Deus.Vendo a menina e o que ela fizera teve certeza disto. Mas sentia que em breve estaria livre desta tarefa e todos sairiam ganhando com isto. Ele não gostara nem um pouco das coisas que andavam acontecendo na Cidade do Sol. Observava a tudo sem dizer nada.

Kay saiu da nave e fechou a porta atrás de si levantando o menino de asas. Ele estava extasiado com tanto conhecimento adquirido. Sabia quem era agora e de onde tinha vindo. Atenderia o pedido de sua mãe. O mundo não seria destruído. Encontrou o prefeito perdido em um dos túneis da montanha. Imobilizou-o e contou-lhe que sabia de tudo, sem revelar detalhes. Levou o prefeito pro centro da aldeia e o entregou aos aldeões dizendo que era ele o "Vento da Maldade". Mostrou tudo o que o Prefeito estava fazendo e como deveriam proceder para libertar as jovens e anciãs que estavam presas na mina. O Prefeito nem se defendeu, foi colocado no centro da praça de sacrifício e acorrentado. Fizeram com ele, mais tarde, o que ele fizera a todos os “castigados”. Mas ele não resistiu. Foi muita emoção e medo juntos. Seu coração parou de funcionar. Como parou de funcionar o coração de muitos dos castigados quando ele fizera o “vento da Maldade” levá-los.

Kay resolveu passar a todos os conhecimentos que recebera dos cientistas e de sua mãe. E avisou a todos que seus poderes tinham dia e hora pra acabar. E que com eles iria embora também a juventude eterna dos moradores da cidade do sol. Era apenas o efeito do diamante azul. Mas este diamante era mal e destruiria o planeta no futuro por isso sua missão era destruí-lo. (Não disse as pessoas que elas perderão a vida no futuro, e seriam substituídas pelos bebês que virão, elas ainda não estavam preparadas para ouvir isto.) Pra começar disse que as crianças deveriam chamar de Mãe as genitoras daquele dia em diante e que elas ficariam com elas até escolherem seus futuros companheiros e que eles não mais seriam seus senhores e sim seus companheiros. Não haveria mais separação entre mães e filhos. Seria eleito alguém pra governar a comunidade da cidade do Sol. Eles mesmos escolheriam. Teriam todo o seu apoio. Ninguém terá medo da maldade porque ela só viria se eles deixassem. As punições para cada erro seriam definidas por todo o povo.

Algumas coisas foram mudadas das regras antigas, mas a principal delas é a que diz respeito a diferença entre as mulheres e homens. O amor é quem definirá com quem devemos ficar. As pessoas escolhem de quem gostam mais. Respeitaremos as escolhas e assim seremos mais felizes. Não haverá mais controle de natalidade, Kay explicou a todos o que seu pai fazia quanto a isso. Alguns ficaram revoltados com o prefeito, outros entenderam. Mas resolveram que decidiriam a hora de ter ou não uma cria. Ou como Kay dizia conforme aprendera com a sua mãe, um filho, filha ou criança. Cerimônias poderiam continuar mas o único Deus que rege a nossa vida é o Criador do Universo. Ele criou também o sol que na verdade é somente um astro de fogo, que nos aquece e ajuda a brotar a vida na terra, e a lua que é apenas parte do nosso planeta. Haveria uma escola e lá seriam ensinados tudo o que realmente interessava a todos.

Kay não havia absorvido todo o conhecimento e passara tudo que servia por hora. Mais tarde voltaria a nave pra aprender todos os dias o conhecimento que deveria passar a todos. Muita coisa eles não estavam preparados para saber. Mas ele saberia como e o que ensinar-lhes no devido tempo.

Alguém desse grupo seria preparado para ensinar as crianças separadamente. Todo o povo precisaria aprender a ler e escrever para contar ao futuro a sua história. Em muitos lugares do planeta já havia escolas e fora lá que Kay aprendera a ler e escrever. Muita coisa seria feita antes que todos estivessem preparados para governarem suas vidas sozinhos. Este lugar era muito especial e por isso era preciso cuidado pra sair além das fronteiras, mas todos eram livres pra ir e vir quando bem lhes conviesse. Ninguém saiu. Reconstruiriam a sociedade com a ajuda de Kay. Confiavam nele como se ele fosse um Deus. Seria difícil mas ele os faria ver que não era assim. Kay recebera do povo cada diamante azul que eles encontraram e encontrou outros dentro da montanha que foram retirados pelo povo e destruía-os em seguida . O planeta estava salvo. Não havia moeda na cidade mas os alimentos eram divididos entre aqueles que mais necessitavam pelas mãos de quem os plantou. Quem cultivava trocava cestarias e outras coisas por alimentos. Aprenderam a trabalhar para o grupo (já cuidavam das viúvas e desamparados ) e agora cuidariam também de si mesmos.

As cerimônias continuariam e seriam adaptadas para o povo não perder a sua cultura. A cerimônia de batismo também fora mudada, de agora em diante começando por Lua todos seriam apresentados na praça que recebeu novo nome. Praça da amizade. A cidade continua a ser chamada de Cidade do Sol.

Na apresentação de Lua, Atilde foi preparada e levada pelas crianças da aldeia pra ser entregue a Kay. Mas ele também foi entregue a ela pelos meninos. Ambos manifestaram seu consentimento e prometeram se amar até que Deus os separassem e pediram que todos os imitassem, quando chegasse a sua hora de se entregar por amor. A cidade ficou radiante de Luz azul e flores. A festa foi regada a alegria e cauim para os adultos. Cada um bebeu o quanto quis, mas a maioria foi moderada. Ninguém foi punido pelo excesso a não ser pela ressaca e a gozação do povo no dia seguinte. E a alegria reinou por aqui regada a muitas manifestações de amizade e companheirismo.

Kay não teria contato com a sua mãe pois se as coisas mudaram aqui, lá também mudaram. Ele não quis transpor o portal do tempo. A energia do diamante azul com o tempo se extinguiria e com ela os poderes de Kay. Ele teria que transpor o portal antes que esses poderes se acabassem mas preferiu ficar e ajudar os amigos. Lua e as outras crianças especiais, no futuro, serão crianças normais como as outras.

A chuva cai quase todos os dias por aqui abençoando as lavouras de frutas e legumes antigos e outras sementes novas que foram pesquisadas. Hoje aconteceu algo, que para os moradores da Cidade do Sol, foi maravilhoso. A chuva e a luz do sol criaram um arco-íris pela primeira vez e todos ficaram maravilhados. Era a confirmação de que havia um Deus supremo olhando por todos. Uma promessa do destino que não haveria guerra entre eles e que a água era sua verdadeira riqueza. Kay desejou que os homens aprendessem a utilizá-la bem no futuro, para que nunca se acabasse. Por hora ele, Atilde e Lua já estão juntos e felizes, agora formando uma linda família, tendo por painel o arco-íris estampado no céu.

Fim

Nilma Rosa Lima
Enviado por Nilma Rosa Lima em 03/10/2014
Reeditado em 18/08/2015
Código do texto: T4986127
Classificação de conteúdo: seguro