Grão de areia, grão de esperança

Pela primeira vez vejo meu castelo ruir.

Nele, desabam sonhos construídos na noite

Alimentados na manhã.

Desejos e juras caindo

junto deles, uma lágrima rolando.

A dor fria, impiedosa chegando

acenando perdas em tempestades saudosas.

Agarrei você como um punhado de areia.

Aos poucos e longos prantos

sou obrigada abrir a mão,

deixar o vento levar...

Só espero que algum grão

bata na porta do seu coração.

Sem saber se ainda posso lhe desejar,

sem saber se ainda existe uma porta pra mim.

Não negue de abrir essa porta e guardar esse grão.

Por muitas noites ele poderá lhe apertar o coração

Arranhar seus olhos, talvez até chorar.

Mas, também vai lembrar como foi forte meu amor

Intenso foi nosso querer.

Não posso mais pedir nada.

Fecharei esse ciclo a força.

Em casulo habitarei, até o dia da transformação.

Amarei outros

caminharei outros passos

construirei outros castelos

assim, a vida me fez...

Amar será sempre minha trilha.

Mas, se esse vento retornar

soprar a meu favor,

agarrarei com todas minhas forças

minhas mãos não abrirei

Não deixarei o vento lhe levar.