Inês e a casa mágica
Inês e a casa mágica
Era uma vez, duas meninas que gostavam muito de ler e escrever.
Quando a mãe via a Inês e a irmã correndo com um caderno na mão ficava feliz e pensava: essas duas meninas são muito inteligentes, por isso só tiram notas altas na escola e são as melhores da classe.
A escola que elas estudavam parecia uma casa. Eu acho até que era uma casa mágica! Pois lá Inês era feliz brincando e estudando com sua irmã, tanto que só de pensar, ela sorri e volta a ser feliz.
A história é muito mais forte que o tempo e leva Inês novamente para a escola. Ela abre a porta da sala e entra! Logo escuta a voz de umas meninas brincando: é um! É dois! É três! É quatro! É cinco! É seis!... Então corre para a janela, encosta o rosto no vidro, arregala os olhos e vê: ela e a irmã pulando corda com as amigas.
De repente Inês leva um susto quando alguém também coloca o rosto no vidro do outro lado e fica olhando direto nos olhos dela, era a professora do terceiro ano que ela gostava muito, pois sabia ensinar e fazia os alunos aprenderem.
Inês pegou o caderno para escrever e a irmã chamou: Inês! Inês! Vamos para o hotel do avô! Ela pegou o caderno e saiu correndo, mas a irmã corria na frente e ela não conseguia alcançar porque era muito pequena.
Ela chegou ao hotel do avô, foi até a janela, encostou o rosto no vidro, arregalou os olhos e viu a avó com pão doce feito em casa que ela tanto gostava. A avó percebendo que ela estava ali, também encostou o rosto no vidro do outro lado e ambas ficaram juntinhas, olhando nos olhos um tempão para aliviar a dor da saudade.
A irmã gritou e a atenção de Inês se dispersou: Vem Inês! Vamos para a chácara da mãe!
Inês correu atrás da irmã, mas não conseguia alcançar, porque ela era pequena.
A irmã abriu os dois portões, o grande e o pequeno e continuou correndo até sumir de vista.
Ela passou correndo pelo portão pequeno e entrou na casa dos pais, penetrando direto no quarto comprido. Eu acho que aquela casa também era mágica! Pois logo escutou a irmã gritar: Inês! Vamos pegar frutas!
A menina correu até a janela, encostou o rosto no vidro, arregalou os olhos e viu a irmã descendo da árvore com a mão cheia de frutas, depois veio até a janela, também encostou o rosto no vidro, arregalou os olhos e ficaram se olhando por um tempo, um olhar de amor, de carinho, de irmãos que se amam.
O caderno caiu da mão de Inês que abaixou para pegá-lo, quando se levantou viu a irmã atravessar correndo pelos portões e desaparecer, mas nem adiantava tentar alcançá-la, pois ela era pequena.
Ela olhou para o lado e viu a boneca de louça que um dia ganhou dos pais, lavou o rostinho e a mãozinha dela e guardou no coração.
Abriu a última página do caderno e escreveu assim: Minha irmã era muito inteligente, minha mãe também era muito inteligente, mas minha avó era muito mais inteligente e esperta, pois ela era pra frente. Depois escreveu para elas:
Meu sonho é ensinar as crianças a ler e escrever para elas não serem analfabetas.
Inês fechou o caderno do era uma vez e voltou para a realidade, mas não sabe onde guardou o caderno e vive procurando, pois nele está escrito toda a sua vida.
Paulo Ribeiro de Alvarenga
Criador de vaga-lumes
Iluminando pensamentos