SIMPLES ASSIM...COMO É AMOR!
Por: Tânia de Oliveira
Por: Tânia de Oliveira
Mariana fitava-se no espelho. Andavava com a autoestima baixa. Mas olhando-se se perguntava como ele, Ortom seu ex-namorado, teve coragem de deixa-la. Ela além de bonita era uma mulher séria, inteligente. O que teria acontecido, o que teria a outra mulher de diferente que fez ele mudar tanto e esquece-la tão facilmente.
Engoliu seco, arrumou o cabelo e foi trabalhar. Ao passar no Banco para pagar a conta de luz, ouviu a indagação do caixa sobre sua cidade natal. Lembrou-lhe que morara na casa vizinha a de sua mãe na infância. Era filho de Dona Alvina. Ah! Marina reconheceu o João da Madrinha Alvina. Mas ele queria saber do destino de seus irmãos e de seus pais. Marcaram para conversar no shopping a noite.
Pediram uma pizza margarita. E assim atualizaram suas lembranças dos mortos e as lembranças dos vivos. Ele havia se formado em publicidade, casou, separou-se sem filhos e com o concurso e sua aprovação na caixa econômica...passou a ter uma vida pacata, sedentária e solitária. Ela teve um relacionamento de dois anos que não deu certo. Era professora de história.
De repente João viu em Mariana uma possibilidade de realizar um sonho antigo: sempre fora apaixonado por ela. Mas ela não correspondia esse anseio. E ela não era mulher de meia conversa, deixava tudo muito claro.
Mas João dessa vez não desistiria fácil. Fez uma proposta de ficarem amigos. Combinaram em passar o próximo final de semana no sítio que madrinha Alvina deixara de herança para ele. Ficava perto da praia de Ipioca. La conversariam com mais detalhes sobre como as coisas aconteceram durante esses longos anos.
No outro dia Mariana ligou avisando que iria levar uma amiga, a Célia pra curtir com eles aquele bendito churrasco.
Na sexta feira a noite João passou para leva-las. Antes ligou avisando. As meninas já prontas adoraram a ideia e lançaram-se na estrada com ele. Tudo perfeito. O som nas alturas, velocidade moderada e a alegria de Célia invadindo o ambiente.
Célia era um pouco mais velha que os dois. Formando-se em economia, vivia sob tutela dos pais. Filha única gozava do carinho e da aposentadoria deles. Era a queridinha da família. Ainda tinha os avós que também a adorava.
Ao contrário de Mariana que desde cedo perdeu os dela. Tanto o pai como a mãe. Desde que nasceu já não tinha os avós dos dois lados. E os irmãos e irmãs todos casados e cuidando da própria vida.
João envolveu-se na alegria de Célia e ambos saíram a cantarolar acompanhando a música antiga do A-HÁ que tocava no FM... Mariana apenas ria com a alegria deles.
Duas horas de viagem e la estavam eles, num lugar lindo cheio de arbustos, numa casa bem cuidada decorada com o maior esmero.
As meninas se encantaram com o lugar. O caseiro meio sério apresentou-se e logo desapareceu deixando todos a vontade.
João observava Mariana. Ela tinha uma maneira própria de se vestir. Meio “hippie”, usava roupas compridas, cabelo meio em desalinho, aparência desprendida, silenciosa. Já Célia era mais alegre, roupas da moda sem exagero. E ele, João vestia-se com elegante simplicidade.
O quarto das meninas era muito bonito. Mobílias antigas mas elegantes, e com as camas forradas com colchas e edredons de fino estilo. Mas o que chamou atenção de Mariana foram os quadros assinados por João. Lembrou que desde pequeno ele adorava desenhar. Rabiscava folhas e folhas com desenhos de cowboys, natureza morta, etc
Os quadros eram pintados com nanquim, preto e branco com vários modelos de figuras e diferentes tamanhos. Pareciam figuras de personagens orientais. As folhagens dos bambuzais e diferentes rostos de olhinhos repuxados...
Mariana indagou sobre o estilo dos quadros e ele sorrindo foi falando que talvez fosse genético. Seus avós paternos eram japoneses. Mas a surpresa foi a tela em óleo que decorava a sala principal. Parecia um quadro renascentista. Magnólias leitosas, de uma alvura incrível, orvalhadas sobre uma mesa de toalha rendada. Belíssimo quadro com moldura de madeira de lei.
Marina observava silenciosa enquanto Célia se deslumbrava em elogios. A decoração da casa era realmente muito especial. Não era antiquada nem moderna demais. Tudo elegantemente sóbrio. Na entrada um pé de jasmim bordava o murinho da varanda. Ao lado um belo pé de romã que dava um estranho aspecto de um lugar sagrado pela beleza do jardim e as escolhas das flores exóticas.
Tomaram banho, e na cozinha comeram uma sopinha deliciosa de legumes, pedacinhos de pão integral e uma jarra de suco verde. João explicou que gostava de uma comidinha leve, mas se as meninas desejassem qualquer outra coisa era só dizer. Ambas adoraram o cardápio e se deliciavam enquanto João respondia as mil perguntas que Célia lhe fazia.Quando em quando trocava um olhar com Mariana. Essa por sua vez via que seu amigo de infância era um estranho pra ela.
Mas qual não foi sua surpresa quando o caseiro anunciou que na praia na frente de casa estava pronta a fogueira e o violão para o luau. As meninas correram eufóricas até o local. Em breve instantes tudo ficou romântico. O friozinho da praia, a lua enorme, as labaredas de fogo e o som suave de uma música instrumental que João dedilhava com arte.
De repente, Mariana sentou-se próximo a João, encostou o braço em sua perna, fitou seus olhos profundamente e disse a meia voz: - estou observando que tudo que vem de você me surpreende. Ele parou de tocar, brindou com elas uma taça de vinho e sorriu.
O som que vinha das ondas do mar, o banho de lua, a fogueira, a alegria quase infantil de Célia foram perdendo espaço para algo maior que tudo aquilo... a descoberta do ser...
Naqueles momentos antes do amanhecer, revelavam para Mariana e João a descoberta do estranho caminho que a vida tece para alguns... o caminho do amor.
Ele dedilhava o Trem das Cores de Caetano Veloso e ela acompanhava com uma voz deliciosamente harmônica e compassada. Terminou a música. Sorriram. Levantaram-se de repente e como se o ardor das labaredas da fogueira e o fulgor do vinho os atingissem...se beijaram ardentemente.
Engoliu seco, arrumou o cabelo e foi trabalhar. Ao passar no Banco para pagar a conta de luz, ouviu a indagação do caixa sobre sua cidade natal. Lembrou-lhe que morara na casa vizinha a de sua mãe na infância. Era filho de Dona Alvina. Ah! Marina reconheceu o João da Madrinha Alvina. Mas ele queria saber do destino de seus irmãos e de seus pais. Marcaram para conversar no shopping a noite.
Pediram uma pizza margarita. E assim atualizaram suas lembranças dos mortos e as lembranças dos vivos. Ele havia se formado em publicidade, casou, separou-se sem filhos e com o concurso e sua aprovação na caixa econômica...passou a ter uma vida pacata, sedentária e solitária. Ela teve um relacionamento de dois anos que não deu certo. Era professora de história.
De repente João viu em Mariana uma possibilidade de realizar um sonho antigo: sempre fora apaixonado por ela. Mas ela não correspondia esse anseio. E ela não era mulher de meia conversa, deixava tudo muito claro.
Mas João dessa vez não desistiria fácil. Fez uma proposta de ficarem amigos. Combinaram em passar o próximo final de semana no sítio que madrinha Alvina deixara de herança para ele. Ficava perto da praia de Ipioca. La conversariam com mais detalhes sobre como as coisas aconteceram durante esses longos anos.
No outro dia Mariana ligou avisando que iria levar uma amiga, a Célia pra curtir com eles aquele bendito churrasco.
Na sexta feira a noite João passou para leva-las. Antes ligou avisando. As meninas já prontas adoraram a ideia e lançaram-se na estrada com ele. Tudo perfeito. O som nas alturas, velocidade moderada e a alegria de Célia invadindo o ambiente.
Célia era um pouco mais velha que os dois. Formando-se em economia, vivia sob tutela dos pais. Filha única gozava do carinho e da aposentadoria deles. Era a queridinha da família. Ainda tinha os avós que também a adorava.
Ao contrário de Mariana que desde cedo perdeu os dela. Tanto o pai como a mãe. Desde que nasceu já não tinha os avós dos dois lados. E os irmãos e irmãs todos casados e cuidando da própria vida.
João envolveu-se na alegria de Célia e ambos saíram a cantarolar acompanhando a música antiga do A-HÁ que tocava no FM... Mariana apenas ria com a alegria deles.
Duas horas de viagem e la estavam eles, num lugar lindo cheio de arbustos, numa casa bem cuidada decorada com o maior esmero.
As meninas se encantaram com o lugar. O caseiro meio sério apresentou-se e logo desapareceu deixando todos a vontade.
João observava Mariana. Ela tinha uma maneira própria de se vestir. Meio “hippie”, usava roupas compridas, cabelo meio em desalinho, aparência desprendida, silenciosa. Já Célia era mais alegre, roupas da moda sem exagero. E ele, João vestia-se com elegante simplicidade.
O quarto das meninas era muito bonito. Mobílias antigas mas elegantes, e com as camas forradas com colchas e edredons de fino estilo. Mas o que chamou atenção de Mariana foram os quadros assinados por João. Lembrou que desde pequeno ele adorava desenhar. Rabiscava folhas e folhas com desenhos de cowboys, natureza morta, etc
Os quadros eram pintados com nanquim, preto e branco com vários modelos de figuras e diferentes tamanhos. Pareciam figuras de personagens orientais. As folhagens dos bambuzais e diferentes rostos de olhinhos repuxados...
Mariana indagou sobre o estilo dos quadros e ele sorrindo foi falando que talvez fosse genético. Seus avós paternos eram japoneses. Mas a surpresa foi a tela em óleo que decorava a sala principal. Parecia um quadro renascentista. Magnólias leitosas, de uma alvura incrível, orvalhadas sobre uma mesa de toalha rendada. Belíssimo quadro com moldura de madeira de lei.
Marina observava silenciosa enquanto Célia se deslumbrava em elogios. A decoração da casa era realmente muito especial. Não era antiquada nem moderna demais. Tudo elegantemente sóbrio. Na entrada um pé de jasmim bordava o murinho da varanda. Ao lado um belo pé de romã que dava um estranho aspecto de um lugar sagrado pela beleza do jardim e as escolhas das flores exóticas.
Tomaram banho, e na cozinha comeram uma sopinha deliciosa de legumes, pedacinhos de pão integral e uma jarra de suco verde. João explicou que gostava de uma comidinha leve, mas se as meninas desejassem qualquer outra coisa era só dizer. Ambas adoraram o cardápio e se deliciavam enquanto João respondia as mil perguntas que Célia lhe fazia.Quando em quando trocava um olhar com Mariana. Essa por sua vez via que seu amigo de infância era um estranho pra ela.
Mas qual não foi sua surpresa quando o caseiro anunciou que na praia na frente de casa estava pronta a fogueira e o violão para o luau. As meninas correram eufóricas até o local. Em breve instantes tudo ficou romântico. O friozinho da praia, a lua enorme, as labaredas de fogo e o som suave de uma música instrumental que João dedilhava com arte.
De repente, Mariana sentou-se próximo a João, encostou o braço em sua perna, fitou seus olhos profundamente e disse a meia voz: - estou observando que tudo que vem de você me surpreende. Ele parou de tocar, brindou com elas uma taça de vinho e sorriu.
O som que vinha das ondas do mar, o banho de lua, a fogueira, a alegria quase infantil de Célia foram perdendo espaço para algo maior que tudo aquilo... a descoberta do ser...
Naqueles momentos antes do amanhecer, revelavam para Mariana e João a descoberta do estranho caminho que a vida tece para alguns... o caminho do amor.
Ele dedilhava o Trem das Cores de Caetano Veloso e ela acompanhava com uma voz deliciosamente harmônica e compassada. Terminou a música. Sorriram. Levantaram-se de repente e como se o ardor das labaredas da fogueira e o fulgor do vinho os atingissem...se beijaram ardentemente.