Foi assim
Anos passaram.
A menina doente, desenganada por médicos, sobreviveu.
De infância pobre foi criada em fazendas e sítios.
Depois fora levada para estudar em um orfanato.
Adolescente, foi para a cidade.
Começou a trabalhar fora de casa aos doze anos de idade.
Estudava e pagava seus livros e material escolar.
A vida dela não fora fácil.
Bonita e sorridente foi alvo de estuprador por duas vezes.
Na juventude sempre com medo de envolver-se com rapazes.
Mas o amor aconteceu para ela.
Com olhares trocados e sem intimidade um rapaz a conquistou.
Amaram-se como em um conto de fadas.
Como ela o amou!
Mas ele a decepcionou foi pai com outra jovem.
Ela o deixou.
Sofreu.
Continuou procurando “seu príncipe”.
Não encontrou.
Entregou-se ao prazer, uma forma de encontrar o amor, pensava.
Mero engano.
O prazer precisa de amor para ser completo.
Prazer por prazer não satisfaz o coração.
O amor vive sem o prazer.
O amor aceita o outro mesmo que ele não lhe dê satisfação orgânica.
O amor cuida, ajuda, chora e ri junto.
O tempo passou, ela fez o que podia ser feito.
Não se arrepende dos filhos que teve, bênçãos!
O amor ela encontrou.
Mas não é recíproco, ele a tem apenas como amiga.
E assim ela vive um dia de cada vez.
Tem momentos de alegria e os transmite.
Muitas pessoas gostam dela.
Ela ama as crianças.
Mas também tem momentos de profunda tristeza.
Ninguém a entende.
Vive “só em meio à multidão”.