Canalha!
Meus versos malandros se aproximaram de ti com um chapéu semântico de ousadia e com uns versos baratos debaixo de meu fino bigodinho. Gostava tanto de te arrepiar com minha cambaleante retórica, de conversas moles, melosas, malandras... É o céu ter sua companhia... É doce o amanhecer quando de uma morna manha de primavera, envolvido em seus braços... Os dias se sucedem, as vezes meu vazio me empurra a águas tão longínquas... Mas o mar revolto da solidão me carrega de volta ao teu cais... Tu dizes: "malandro, te afasta nunca mais!" Com uma arma nos olhos, a performática lágrima a rolar, teus lábios pedem distância, teu corpo lascivo grita: "Fica, me canta um samba barato, me põe na direcão em que for teu sapato, e, quando amanhecer, me faz sofrer mais um pouco... Pois sei que vais, mas numa manhã qualquer, com a cara lavada do oficio, tu voltas, meu canalha". (marcio de lima)