Não me acorde (capítulo 2)
— Essa Violeta não sai da minha cabeça... Que irritante!
Foi só um sonho, mas Viktor não ficaria um dia todo pensando em um mero sonho.
— Acho que amanhã esquecerei todo esse sonho e essa tal de Violeta, tão linda, tão interessante, tão... Ah! Que se dane! Vou esquecê-la logo, foi só uma droga de um sonho, e eu odeio ficar estressado por bobagens.
A meia noite chegou, e Viktor deitou-se para dormir.
Vou contar-lhes uma coisa bem interessante: quando estamos num sonho, não sabemos que estamos num sonho, pensamos que estamos na vida real, certo? Bom... não foi diferente com Viktor...
— Corram, crianças! Saiam do castelo logo! Demónitos está vindo!
— AAAAARG! NÃO FUJAM DE MIM, VOCÊS SERÃO MINHA REFEIÇÃO DE HOJE!
— Hoje não, Demónitos! Vou lutar com você até que a última gota de suor escorra em minh'alma!
Viktor puxou sua espada e foi em direção a Demónitos, o grande vilão.
— Aaaaaaaaaaaah... O quê?! Solte-a, agora!
— Hahahahahahahaha... O que foi, Viktor? Está com medo de atingir sua princesa?
Demónitos segurava uma moça pelo pescoço, ameaçando matá-la.
— Vindel! Não se preocupe, vou salvá-la! — gritava Viktor, que, pelo que pudemos ver, sabia o nome da moça.
— É tarde demais, Viktor!
Demónitos puxava sua adaga e levantava para atingir o pescoço de Vindel.
— Nããããããã...
BUM! As luzes se apagam, não há mais nada, nada mais tem cheiro, nada mais tem som, nada mais tem cor...
Viktor despertava, com os olhos mais arregalados do que quando abre debaixo d'água.
— AAAH!
Viktor respira fundo, olhando para frente com os olhos petrificados, parados.
— Não posso acreditar... Era... era a... mesma moça... Era Violeta! Vindel é idêntica à Violeta! Como dois sonhos que se interagem podem tanto me entreter?! Mas que droga!!!
Viktor botava a mão na testa, respirando devagar, por um bom tempo.
— Já chega. Foi só mais outro sonho. Devo ter pensado tanto na Violeta, digo, na moça do primeiro sonho, que sonhei com a mesma, só que em outra situação... Preciso ir ao trabalho.