Fontana Di Trevi.

O dia amanheceu. O frio de Roma é maravilhoso. Um convite a permanecer na cama. Mas acorda entusiasmado para perambular pelas charmosas ruas de Roma. Instalou-se no luxuoso Navona Gallery Suites, localizado na Via del Governo Vecchio, no centro histórico de Roma, conhecido como Roma antiga. O jovem gostou da guesthouse e, principalmente, da localização. Perto da Piazza Navona e suas fontes de tirarem o fôlego.

Jorge Cavalcante, advogado, sócio majoritário do melhor escritório jurídico da cidade, divorciado, pai de dois filhos, era um homem plenamente realizado aos trinta e cinco anos de idade. Era a sua primeira viagem à Roma. A antiga capital do mundo correspondia a todos os seus sonhos de adolescente. Ele integrava uma comissão de Advogados que foram convidados para participar de uma cerimônia de direito internacional na embaixada do Brasil, em Roma. Terminados os trabalhos, saiu, sozinho, a contemplar lojas, restaurantes e arquitetura de Roma.

Ficou impressionado com a beleza escultural da Fontana Di Trevi. Localizada na junção de três ruas, criada por Nicole Salvi e construída em 1732. Lembrou-se de algumas das inúmeras lendas que cercam a Fonte Di Trevi. Cumpriu o ritual dos visitantes lançando uma moeda às águas da fonte para retornar à cidade e pedindo que a sorte o beneficiasse na sua vida profissional, lançou duas moedas para encontrar a sua cara metade em Roma.

Resolve tomar um chocolate quente no acolhedor Caffè Tre Scalini, na Piazza Navona, localizado em frente à Fonte dos Quatro Rios de Bernini. Pediu o tradicional “Truffle”, uma sobremesa de chocolate, preparada com a receita original de 1946. Jorge tem sua atenção atraída para uma linda jovem, que se encontra à mesa, à sua direita, falando português escorreito. Encorajado, dirige-se à mesa da jovem para cumprimentá-la.

- Parece que falamos a mesma língua.

Surpreendida, responde com um sorriso embaraçado.

- É verdade.

- Onde você mora no Brasil?

- No Rio de Janeiro. Sou carioca de Laranjeiras.

A jovem perguntou rindo:

- E você com esse sotaque, não precisa dizer que é nordestino.

- Sou alagoano. Nasci na capital alagoana.

Agradavelmente surpreendido por sabê-la brasileira, pede permissão para lhe oferecer um champanhe. Conversaram amenidades. Origens, profissões, viagens, o tudo e o nada são discutidos. Foi o início de emoções mil.

Ellen Prado, professora, separada, mãe de uma filha de doze anos de idade, viajada, falando fluentemente quatro idiomas. Apaixonada por literatura francesa e estava na França há mais seis meses participando de um curso de pós-graduação em Langue et Littérature Françaises, na Sorbonne. Aproveitara o recesso das aulas para conhecer Roma.

Fundem-se num ser único. O descobrir de duas almas gêmeas transforma a viagem em algo maravilhoso. Caminham abraçados pelas ruínas do antigo fórum, símbolo do poder imperial romano. No Coliseu, extasiaram-sediante da grandeza do cenário dos clássicos do cinema e das grandes batalhas. Visitam a Piazza San Pietro e, recebem a bênção papal no Vaticano. À noite, os jovens circulavam pela Via Veneto. Seus bares e cafés completamente lotados eram frequentados por artistas famosos de Wollywood, por milionários excêntricos e pela nobreza européia.

Escolhem ofamoso eencantador Café de Paris. Ellen pede spaghetti ao vôngole e Jorge, bisteca à Fiorentina. A bebida é vinho branco. Músicas suaves tocadas pelo pianista, tão mavioso e perfeito, criam um clima romântico e agradável.

Jorge pensava em como é bom ser jovem, ter condições financeiras, estar em Roma e ir jantar com uma morena tão encantadora e atraente.

O rapaz solicita ao pianista que tocasse Io Che Amo Solo Te, que parece ser sua canção preferida. O jovem casal irradiava uma imagem de amor. Beijos selam o início do romance. O entrelaçamento de mãos, as carícias trocadas prenunciavam o viver de emoções avassaladoras. Amam-se, pela vez primeira, com intimidade, absoluta e total, no aconchegante apartamento do Hotel Excelsior, onde Ellen estava hospedada. Viveram um romance maravilhoso. Realmente foi um encontro de almas gêmeas. O longo beijo, no Aeroporto Internazionale Leonardo da Vinci, nos dias subsequentes, tanto poderia ser de despedida quanto uma promessa afetiva de continuidade.

Jorge viaja a Paris no mês seguinte, em busca de Ellen. A jovem estava esperando-o no aeroporto de Orly. O relacionamento entre os dois possuía o mistério da aventura, embora houvesse adquirido seriedade. Hospedou-se no Citadines Apart Hotel, no centro de Paris. Ellen mudou-se do pequeno apartamento que dividia com uma colega do curso, no Mercure Paris La Sorbonne, para ficar com Jorge. A atração sexual permanecia bastante sólida. Um simples toque de mãos e os beijos prolongados provocavam uma sensação frenética dos corpos.

Visitaram os imensos salões do Museu do Louvre, onde tiram fotografias em frente ao retrato de Mona Lisa e na estátua Vênus de Milo. Beijaram-se nos jardins De Luxemburg e Des Tuileries, subiram às escadas da Igreja de Notre Dame, onde do alto, se tinha uma vista sensacional. Almoçaram nolendário La Tour D’Argent, centenário restaurante, frequentado pelos reis da França. Fizeram compras na Galeries Lafayette, tentaramfazer selfie na sala dos espelhos no Palais Du Versailles. Navegaram de barco pelo Rio Sena, conhecendo as sete pontes que tanto embelezam Paris. Leitor incansável, desde a adolescência, de Victor Hugo, dos Dumas, Balzac, Guy de Maupassant e de Émile Zola, nada era novidade para Jorge.

O casal cumpriu o ritual da Pont des Arts, a mais romântica de Paris. Escreveram seus nomes no cadeado, escolheram um lugar nas grades da ponte, prenderam e lançaram as chaves ao Sena. Renato afirmou: “Nosso amor agora é eterno, pois ninguém nesse mundo ira encontrar a chave do cadeado e destrancá-lo”. Beijaram-se apaixonadamente. Estavam embevecidos. Transformavam-se em adolescente.

Foram de metrô à Sorbonne. Jorge pensava: Transporte público aqui em Paris é evoluído demais.

Chegaram ao Shakespeare & Company, uma pequena livraria que serve como uma biblioteca, inaugurada em 1951, para inspirar artistas e escritores, onde Jorge comprovou, mais uma vez, a grande cultura de Ellen.

Jantaram na Torre Eiffel, no restaurante Le 58 Tour Eiffel, localizado no 1° andar da Torre. Ellen afirmou:

- Não existe nada neste mundo que se compare a apreciar Paris iluminada.

- Linda de dia e deslumbrante à noite, Jorge acrescentou rindo.

Felicíssimos, tomaram várias garrafas de champanhe francês. Paris permaneceria para sempre em suas recordações.

Jorge, antes de Volta à Maceió, retornou à Roma e foi novamente à Fontana Di Trevi, agradecê-la por te sido bastante generosa com ele no amor. Há certos acontecimentos na vida da gente que são inexplicáveis. Mas o destino é caprichoso.

Dartanhan Holanda
Enviado por Dartanhan Holanda em 19/07/2014
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