Devaneios em terceira pessoa

Em verdade, o que ela queria mesmo é que aquilo virasse amor, talvez fosse apenas da parte dela. Quem sabe?

Mas ela precisava disso... era o que a movia.

Coisas que lhe causavam sensações espalhadas pelo corpo, principalmente a mente.

O farfalhar de ideias, os dedos coçando para escrever sobre tudo.

Ele lhe inspirava os mais secretos contos. Desejos algumas vezes contidos, mas ainda assim, cheios de certa expectativa e pitadas de luxúria.

Ela sabia! Pra ele aquilo não era amor...Era carnal, desejo.

De certa forma, pra ela também, mas ela sempre via um "q " de romantismo.

No seu íntimo, ler e lembrar do que ele dizia, era mais um dos prazeres secretos dela. Desvendar qualquer mensagem que “pudesse”, não que fosse parecer subliminar em assuntos tão corriqueiros.

- Que lindo seu cabelo. Adorei assim! - Que saudade de você...

- Gosto de vê-la assim, te sinto perto...-Como consegue fazer isso? Eu já deveria ter ido...!

Ela sorria, embevecida só de lembrar do som da voz dele.

- Gosto do jeito que diz algumas coisas. - Eu também gosto.

Eles não tinham nada e ao mesmo tempo, tinham tudo e aquilo, poderia não virar amor, nunca vir a ser amor, mas o fato de fazê-la sorrir, valeria por todo o tempo que isso existisse.

Ela aproveitava os momentos felizes que a vida lhe proporcionava, consciente e (in) consciente, eram momentos felizes.

Roberta Dentello
Enviado por Roberta Dentello em 17/07/2014
Reeditado em 17/07/2014
Código do texto: T4885752
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