A roseira branca!

Aquela foi uma bela roseira branca plantada pelas mãos de uma linda criança. Foi a sua mãe a deixou escolher o lugar, que seria apenas dela e ela o escolheu, mesmo de frente ao lindo seu balouço.

Ela falou a sua mãe exatamente isto:

- Mamãe quando eu for andar no balouço eu ficarei a olhar a minha roseira crescer e conversarei com ela.

Feliz a sua mãe sorriu e continuou os seus afazeres.

Todos os dias a menina ia regar a sua roseira e a cada dia, ela crescia linda e cheia de lindas folhas verdes. A menina sentava no seu balouço e conversava com ela sobre a forma que ela via a vida, falava-lhe dos seus medos, das suas alegrias e juntas as duas cresciam numa amizade linda.

Todas as pessoas que viam a sua roseira comentavam quanto era bela e bem diferente das outras, parecia um toque mágico, que ela resplandecia de luz e de amor...

E cá para nós era isso mesmo, não existia um dia mesmo que chovesse que a menina fosse até a sua roseira e ficasse a conversar com ela. 
Um dia a menina pegou a sua boneca que mais gostava e a levou para o jardim. Correu até a sua mãe e lhe disse:

- Mamãe, olha para mim e não ralhes comigo por eu deixar a minha boneca com a minha roseira, assim ela terá de noite um pouco de mim e não se sentirá sozinha. 

Perante tal pedido e com tanto amor, a sua mãe consentiu e afinal era só uma boneca e ela tinha tantas, mas ficou pensativa e sentiu um leve arrepio.

A Primavera chegou, o tempo ficou bem mais quente e a menina já podia passar mais tempo no seu jardim, e a sua roseira parecia um pouco triste e debilitada, as ramificações ficaram a volta da sua boneca como um eterno abraço.

Que suja estava a sua boneca, mas ela sorriu e correu para casa dizendo:

- Mamãe, vem ver a roseira abraçou a minha boneca e ela já esta cheia de botões de rosas.

Juntas admiravam a roseira, sorrindo e abraçadas e a menina novamente voltou para o seu balouço.

Novamente as conversas amigas corriam pelo jardim, a brisa beijava a roseira numa doce amizade e os seus botões estavam prestes a florir.

Era Domingo de manhã e a menina levou-te, vestiu o seu melhor vestido e correu até a roseira, pois para a sua surpresa ela estava cheia de lindas rosas brancas e exaltavam delas um perfume especial.

Feliz ela corta uma só rosa e pede-lhe desculpa. Com o coração bem apertado, ela chorou de arrependimento, pensando que a tinha magoado, mas ela queria levar aquela rosa ao seu amiguinho Jesus.

Ela caminhou até ao altar da sua Igreja e coloca nos pés de Jesus a bela rosa Branca, agradecendo-lhe o seu amor, mas ela olhou e viu uma tristeza tão grande no olhar de Jesus e falou baixinho:

- Jesus porque estás tão triste, já sei eu não devia ter cortado a rosa da minha roseira. Perdoa-me Jesus e eu te prometo que não eu deixarei mais ninguém cortar uma só rosa da minha roseira.

A menina voltou para casa e almoçou, ficou livre e foi brincar para o jardim, levou o seu regador e regou a sua roseira linda e lhe contou a sua conversa com Jesus e pede-lhe perdão por tê-la magoado.

Ela gostava de limpar o pó das folhas da sua roseira, ela dizia que ela era tão vaidosa como ela, gostava de ficar bonita, mas sem querer se pica num espinho e suja de sangue um botão aberto de rosa branca. 

Foi naquele fático momento que um barulho intenso se faz sentir e toda a terra treme, a menina fica confusa e se aninha debaixo da sua roseira, tapa os seus ouvidos e a terra treme de novo e as outras casas como também a sua casa explode em pedaços, pedaços de concreto foram parar na cabeça como também sua roseira, madeiras e apenas se via uma cortina de pó.

A menina não teve tempo para chorar tudo foi rápido demais, as bombas caiam do céu como pássaros confusos na terra.

Tudo estava destruído, eram pilhas de escombros pelo jardim e a menina estava deitada aos pés da sua roseira, já morta, mas estranhamente as rosas brancas estavam cobertas de puro sangue como se, elas também chorassem a perda da sua amada menina.

Betimartins

Dedico este conto às crianças da Síria, que são as vitimas da guerra!