Um encontro...

Eu o encontrei sem querer. Nossos olhares se cruzaram.

Foi rápido. Mas o suficiente pra sentir meu coração acelerar.

Tive a sensação de que já o conhecia, se não dessa vida, talvez de outra.

Vai saber.

Nunca o tinha visto por ali. Ele era lindo. Tinha um rosto delicado, porém másculo.

Um olhar doce, porém firme. E as mãos...ahhh as mãos...

Ele tinha mãos lindas!

Sou apaixonada por mãos. Acho que elas trazem histórias e refletem muitas coisas.

As nossas mãos são capazes de denunciar muitas coisas e de ocultá-las também.

Podemos escolher entre o carinho e o tapa. Entre escrever o amor ou a guerra.

Entre atirar ou erguer a bandeira branca.

As mãos são muito poderosas.

E as dele eram maravilhosas...

Movimentavam-se com graça, com um leve toque de timidez ao arrumar o aro dos óculos.

Acompanhei todos os seus movimentos. Ele nem me notou.

Eu me aproveitei disso pra poder olhar mais atentamente cada detalhe daquele homem que tinha feito meu coração disparar.

Ele falava com alguém. Pude ouvir sua voz. Era uma voz gostosa. Será que voz pode ser gostosa?

A dele era.

Senti vontade de ouvir mais de perto. Bem mais de perto, na verdade. Senti vontade de ouvi-lo sussurrar no meu ouvido. Imaginei isso. Sorri.

Ele estava rindo de alguma coisa também. Meu Deus! O sorriso dele era incrível. Sua risada fazia com que sentíssemos vontade de rir também. Era uma risada de verdade, aberta, sem medo de ser feliz. Ele devia ser um homem feliz, pensei.

Estava trajando roupas simples, calças jeans escuras, camiseta branca, e um tênis, porém, ele tinha uma elegância natural. Algo emanava dele. Percebi que ele atraia os olhares de outras mulheres que passavam por ali também. Realmente ele chamava a atenção feminina. Ele era divino!

Quis ele pra mim. Quis conversar com ele. Quis convidá-lo pra um café. Quis falar de mim, e ouvir sobre ele. Quis rir com ele. Quis tanta coisa. No entanto, eu não fiz nada. Faltou coragem.

Alguém falou comigo. Acordei do transe. Percebi que não estive ali nos últimos minutos. A vida foi voltando lentamente. Outras vozes tomaram o lugar daquela voz gostosa.

Precisava sair dali. Mesmo querendo olhar pra ele mais um pouco. Quando o veria de novo? Será que eu o veria de novo?

Talvez nunca mais. Talvez sempre. Talvez casasse com ele. Talvez tivesse filhos com ele. Talvez ele me amasse por toda a vida. Talvez não!

Sabemos quando alguém toca nosso coração. Ele tinha tocado o meu.

Pensei nele durante dias e dias. Não sabia nada dele.

Ele nem sabia que eu existia.

Minha vida continuou. Precisava continuar.

Porém, não houve um dia depois desse encontro que eu não tenha pensado nele.

Que eu não tenha desejado encontrá-lo novamente.

Que eu não tenha sentido sua voz gostosa sussurrando no meu ouvido.

Que eu não tenha desejado que aquelas mãos maravilhosas estivessem afagando meu rosto ou meus cabelos.

Nunca mais o vi.

Mas o encontro todos os dias. Ele vive em meu coração e em meus pensamentos.

Agradeço sempre por tê-lo encontrado ao menos uma vez nessa vida.

Ficam as perguntas. Por que a vida tem dessas coisas? Por que alguém é capaz de causar algo tão forte em você e simplesmente desaparecer?

Nunca mais serei a mesma. Minha vida não será a mesma.

Eu o procuro em todos. Mas não o encontro em ninguém.

Ele é único! Ele é todos! Ele é nenhum!

Não desisto...ainda o espero.

E vou continuar esperando.

Talvez ainda o encontre...

Se não nessa vida, talvez em outra. Vai saber!

29/06/2014

Valdirene Nogueira
Enviado por Valdirene Nogueira em 29/06/2014
Reeditado em 12/07/2014
Código do texto: T4863616
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