O RAPAZ DO OUTONO.

Era Outono e eu me apaixonei. Apaixonei-me pelas lindas flores que brotaram, pelo Sol que aquecia todas as manhãs, mas apaixonei-me também e principalmente por quem cuidava daquelas flores. Eu o desconhecia. Todavia, poderia reconhecer em suas flores que era alguém gentil, educado, bondoso, que gostava da natureza assim como eu e que também era um rapaz romântico.

Meu pai era um senhor rude e preconceituoso, não deixava que nenhuma de suas duas filhas visitassem o jardim com a presença de empregados no mesmo. Porém, eu precisava conhecê-lo, o autor daquelas obras de arte e em um amanhecer, dei uma escapada para vê-lo. Ele era um pouco mais alto do que eu, moreno, cabelos castanhos ondulados, sobrancelhas grossas. Eu estendi a mão e disse “Oi” ao rapaz.

Ele desde aquele momento me surpreendeu, estava preparada para ouvir outro empregado me mandando ir embora ou me dizendo que eu não deveria estar ali. Ele foi diferente. Me abriu um belo e doce sorriso, apertou minhas duas mãos me dizendo oi, se apresentando como Inácio e elogiando minha beleza. Eu meia envergonhada (eu estava muito envergonhada!), sorri. Na verdade, naquele momento, eu sorri, eu admirei, me surpreendi, eu senti, eu amei.

Eu como cresci nesta casa, não tinha contato com outras pessoas que não fossem da minha família e cada toque ao seu lado era especial e o mesmo acontecia com ele, porque apesar de que no passado tivera uma namorada, eles dois de acordo com o que ele me contará não tiveram uma boa relação.

Conversamos e logo nos gostamos, nos damos bem, apesar das diferenças não só econômicas, mas culturais, regionais. E combinamos que todas as manhãs seriam daquela forma. Beijamo-nos, nos abraçamos, tivemos sentimentos únicos. Faziamos o que o corpo queria, a alma sentia e ninguém entendia.

Morava ao lado de minha casa, uma senhora chamada Serafini, que acompanhava cada passo meu e de minha irmã e percebeu minhas fugidas até o jardim. Dona Serafini alertou meu Pai que começou a me seguir descobrindo assim meu romance secreto.

No mesmo instante, arrancou todas as flores do jardim despedindo assim Inácio, o rapaz do Outono.

Fui mudada de vida, para separar duas metades de um coração só. Fiquei sabendo depois de um tempo que Inácio se tornara Engenheiro e conseguira um bom emprego, fiquei feliz por ele, rezei durante muito tempo para vê-lo bem. Tornei-me diretora de uma grande firma, além disso, me tornei Juíza, porém ser exercer.

Eu e Inácio vivemos um conto de amor que infelizmente não durou muito tempo, pois as circunstâncias da vida nos afastaram, o fato é que nada e nem ninguém poderá alterar nosso pequeno infinito.

Pérola dourada
Enviado por Pérola dourada em 26/06/2014
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