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                POR AMOR 

 
Naquela noite Eleonora deitou-se mais cedo, queria ficar na cama e descansar mais. O dia fora cansativo, ela era uma advogada em início de carreira, concluíra  a Faculdade há pouco tempo, havia passado no exame da Ordem e sua meta era ser Juíza, o caminho era longo pela frente.
Deitou em sua cama e aos poucos foi relaxando, lembrando do seu amado que estava distante em outra cidade. Eles haviam desistido do namoro e agora ele estava noivo de uma outra moça. O desentendimento  acontecera por um motivo banal, mas quando perceberam estavam exaltados e a discussão foi inevitável.
Seu pensamento voava em sua direção, como uma ave em liberdade em busca de um refúgio e de água pura...
Fechou os olhos para melhor lembrar-se de sua fisionomia, Gustavo era um homem maduro e já trabalhava há muito tempo numa  Agência Automobilística, onde eram comercializados
em grande escala, carros e caminhões pesados.
A responsabilidade dele era maior porque a firma estava sobre sua guarda, as decisões eram sempre tomadas por ele. Eleonora havia voltado com o namorado anterior, Felipe, porque ele a amava muito e  ficara sabendo do rompimento dela com
Gustavo. Uma semana após a separação, ele  ligou pedindo para se encontrarem. Ela aceitou, queria dar uma nova oportunidade a ele, quem sabe o amor que o rapaz lhe dedicava fizesse a diferença no relacionamento. Ela sentia que o amor que tinha 
por Gustavo era grande demais e por vezes fugia de seu controle. Já com Felipe era diferente, não havia tanta paixão, era mais amizade da parte dela.
Felipe a convidara  para uma viagem curta, de final de semana e ela aceitou. Iriam em dois casais, eles e a irmã de Felipe, Cíntia e  Eduardo seu namorado.
Seria uma viagem para comemorar 
um ano que haviam reatado o namoro. Decidiram ir para as Serras
Gaúchas, porque ela adorava o Sul do País e esta seria a terceira vez que iria visitar Gramado. O inverno lá era muito intenso e teria que providenciar roupas adequadas porque em  Belo Horizonte onde ela morava o clima era mais quente.
A viagem a deixava eufórica e assim talvez ela pudesse esquecer mais de seu namoro com Gustavo e ficar mais próxima de Felipe.
Naquela noite teve um sonho intenso e maravilhoso, num lugar magnífico, ela estava junto a Gustavo e eles se amavam com muita intensidade. Era tudo tão real que quando ela acordou estranhou por estar ali em sua cama e com seu travesseiro.
Mas a vida seguia, ela tinha seu trabalho e seus estudos. Havia alguns meses tinha sido convidada para ser assistente de um advogado criminalista muito famoso, o Dr. Roberto de Assumpção
e ela estava aprendendo muito com ele e sua equipe de profissionais. Quando chegava em casa pegava firme nos livros e estudava para o concurso que seria no final do ano. Ela tinha alguns meses ainda para se preparar, gostava de estudar e a escolha da carreira de Direito havia sido por influência de seu tio que também era advogado e ainda trabalhava, era Promotor de Justiça em Uberaba.
Eleonora acordou impressionada com seu sonho, tomou um banho rápido, seu café da manhã e foi para o Escritório, mas no caminho recebeu uma ligação de Gustavo. Ela estava no trânsito, teve que estacionar para receber a ligação, estava na Avenida Amazonas
e o volume de automóveis era grande naquele horário. Ela então surpresa com a chamada, ouviu o que o rapaz queria lhe dizer, ele contava que havia sonhado com ela naquela noite e o sonho dele era igual ao dela! Mas ela preferiu não contar a ele, afinal ele estava noivo e ela com namorado. Ele disse para ela que não a havia esquecido e que se ela quisesse desmancharia o noivado para ficarem juntos. Eleonora tomada de surpresa disse que era
tarde demais, que não havia modo de desfazer tudo e desligou.
Foi trabalhar muito preocupada com a conversa. Se ele sonhara junto com ela era sinal que o amor deles era forte, que atração que os unia era muito grande!
Naquele dia não conseguiu se concentrar no trabalho, lia e relia os processos, mas não assimilava nada, era como se estivesse em outro mundo...
Chegou em casa e logo depois Felipe apareceu para vê-la, ele ia quase todas as noites em sua casa e ficavam namorando na saleta, conversando ou vendo filmes na TV. Naquela noite Eleonora disse para ele que não estava bem e ele se foi depois de pouco tempo, visivelmente chateado, ele amava aquela moça com devoção.
Chegou então o dia da viagem, os dois casais pegaram o avião para São Paulo e de lá para
Porto Alegre e depois iriam de carro até Gramado.
A viagem foi muito tranquila, 
o tempo estava bom e todos se entendiam bem. Quando chegaram em Gramado o tempo frio os esperava, ainda bem que haviam levado agasalhos fora da bagagem, o vento  e a neblina na manhã deixavam a paisagem com um aspecto belo e nevoento.

 (Entrada de Gramado Rio Grande do Sul) 

Pegaram um táxi no Aeroporto e o trajeto foi feito com Eleonora alegre por estar mais uma vez naquele lugar, as construções tinham um aspecto bem europeu e tudo era tão bem cuidado! As famílias plantavam flores em suas varandas e jardins e o   colorido deixava a cidade alegre.
Quando chegaram no Hotel ela percebeu que havia alguém num barzinho ao lado, era um lugar pequeno, mas bem frequentado,num instante ela percebeu quem era: Gustavo! Ele estava lá a sua espera! Um arrepio percorreu sua coluna vertebral...ele fez um sinal para ela, dizendo que iria ligar o celular.

(Continua no próximo capítulo)


              
Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 13/06/2014
Reeditado em 16/06/2014
Código do texto: T4843542
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