ENQUANTO VOCÊ NÃO VEM

Sou criança a esperar o brinquedo prometido, o sonhado passeio.Virei o feio adorno a enfeitar minha janelas, as flores se foram e hoje só o que há é um olhar perdido entre as cortinas a observar cada carro que passa pela rua.

Sinto minha realidade coberta por uma canastrice imensurável.Fraudo minha felicidade, falsifico sorrisos e interesses nas coisas mais banais.

Dói respirar, comer ,ouvir, viver.

Te espero chegar não importa de onde, do fim do mundo,da próxima rua ou de outro planeta.Não ter notícias me transformou em forasteira, um corpo estranho nessa casa vazia.

Você prometeu que voltaria, eu sei. Ou será que criei em minha mente apaixonada a cena que gostaria que tivéssemos vivido? Perdi a noção da realidade, do que é sonho.Não me entendo mais, tudo parece escrito em uma língua desconhecida.

Cerquei-me de incompreensão: Me dizem que estou errada, que não entendem o porquê de tamanha dedicação ao vazio, a um final que será tudo, menos feliz.

Escondo-me dos questionamentos entrando no abrigo da espera:Vou de novo até a janela, olho a rua, peço em silêncio pelo improvável. Enquanto você não vem seco minhas lágrimas em esperanças invisíveis e sobrevivo a essa rotina torturante.

No dia em que você foi embora levou a minha maior metade. Por favor venha logo e me traga de volta.Não quero mais viver com o pouco que sobrou de mim.

D.SConsiglio

Débora Consiglio
Enviado por Débora Consiglio em 10/06/2014
Reeditado em 10/06/2014
Código do texto: T4840272
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