Meu amor feminino II
Quando nos encontramos pela segunda vez, eu conhecia aquelas curvas macias de memória. Lembrava o som de seu gozo, o riso de sua satisfação e o sabor de sua língua, café e cigarro. Ela não me sorriu. De fato estava com uma cara raivosa. Veio até mim e me deu um tapa, na multidão. Assustamos as pessoas ao redor. Seus olhos marejaram, os meus escorreram lágrimas. Nos abraçamos, e tocamos nossas línguas sem nos importar com a plateia. Alguns ficaram revoltados, outros aplaudiram, eu não ouvi nada, estava finalmente nos braços dela, e minha agonia tinha acabado.
Quando acordei ao lado dela, de novo a colcha vermelha, fiquei contando sua respiração, as pintas do nariz, os pelos da sobrancelha, e não fui embora até ela acordar e me dar o beijo da despedida, e a promessa do amanhã.