Amar é ter coragem
Acordei de manhã bem cedo e as lembranças vieram logo em minha mente, chegando repletas de recordações de um grande amor, o qual eu admito, nunca tive coragem o suficiente para declarar. O receio me corroia, ao mesmo tempo em que a grandiosa vontade de expressar tudo o que sentia me consumia... Sinceramente, esses sentimentos opostos não são fáceis de serem dominados, exigem paciência e equilíbrio.
Existem momentos em que me queixo pela existência do amor platônico, amor bandido: quando me furta a chance de amar; amor gentil: quando me presenteia com felizes momentos, mesmo que ilusórios, "ao lado" de quem amo.
Dirijo-me a cozinha, coloco um pouco de café na minha xícara preferida e ligo a TV. Não demora muito para o jornal matinal expor notícias decadentes e revoltosas de violência, mortes e corrupção, o que deixa o meu coração mais triste. Decepciono-me bastante ao ver esses tipos de notícias que destacam as injustiças que assolam o nosso país. Poxa! Tanta gente com coragem para a maldade, enquanto que muitos não têm coragem para um sentimento tão belo e autêntico: o amor. Infelizmente, me incluo nessa lista de não corajosos.
Sento-me na poltrona e pego um livro que ganhei de um grande amigo, era a primeira vez que o abria para ler, só que de repente, uma lágrima cai do meu olhar, afinal, aquela manhã não havia sido uma das mais felizes para mim. A lágrima havia caído sobre um trecho do prefácio que dizia:
“O amor, seja qual for a sua manifestação, vai além de sonhos e pensamentos... ele está nas simples e pequenas atitudes, surge de palavras, de olhares e, quando consistentemente verdadeiro, permanece. Amar é ter coragem!”
Sugestivo esse trecho, não?