Rainha dos Corações
Um berro poderoso ecoou pela sala de parto.
- Parabéns! É uma menina linda!
Rebecca respirou fundo antes de responder, com um sorriso:
- Obrigada!
O parto natural a deixara exausta, mas estava satisfeita por tudo ter acabado tão bem. Acabado?
"Não, agora é que as coisas estão realmente começando", pensou. Ao seu lado, a parteira exibiu o bebê enrolado num lençol, ainda úmido de líquido amniótico.
- Vou colocá-la para mamar, prepare-se!
Rebecca expôs um seio e acomodou-se nos travesseiros. Depois recebeu o frágil embrulho das mãos da enfermeira, ajeitou-o junto a si e deixou que a natureza seguisse seu curso.
- Que fome, mamãe! - Riu a parteira.
Rebecca acariciou o bebê.
- Tão pequena, tão delicada... minha filha...
- Já escolheu o nome?
Rebecca não pôde deixar de sorrir.
- Amanda. Vai se chamar Amanda.
- É um belo nome. Mas sabe o que significa?
Rebecca olhou para a parteira com ar intrigado.
- "Que merece ser amada", não é?
- Sim. Mas também alguém que terá muitos, muitos pretendentes.
Rebecca voltou o olhar para o bebê que mamava placidamente e comentou:
- Ouviu isso, Amanda? Você nasceu para ser uma destruidora de corações!
Depois, subitamente, lembrou-se de Julio e sentiu que seus olhos se enchiam de lágrimas.
[18-05-2014]