AMOR SOLITÁRIO.

Ela era bela. Um sorriso florido e inesquecível. Embora já houvesse alguns anos, seu perfume ainda permanecia nos corredores da escola.

Para muitos, amar-lhe era um devaneio, para outros uma concorrência desleal. Seu nome era Éveny, mas para muitos somente “Ev”. Ela não só era bela por seus traços únicos, mas pelo carisma, singeleza e educação. Não havia quem não se encantasse por ela. Para os professores uma das melhores alunas da sala, senão da escola. Para os pais dos outros alunos a artista, pois em todos os eventos da escola ela se destacava, ora numa apresentação teatral, ora num musical. Para os garotos a certeza que a beleza não era exclusiva e distante. Nem as meninas, que cheia de capricho, não a via como “patricinha”, pois, era amiga, solidária e companheira.

Éramos inseparáveis. Tratava-me com carinho. As confidências faziam parte de nossa história.

Os dias com ela eram intermináveis. Até que um dia chegou ao fim.

Lembro-me do último dia em que a vi. Era a festa de formatura. Não preciso dizer que Ela foi a garota mais bela da festa e por merecimento a oradora da turma.

Hoje, revivendo o passado percebi qual foi o meu erro: ser um amigo leal e confidente.

Nunca tive coragem de romper o silêncio. Tive tempo de dizer lhe adeus, mas o medo de lhe perder não me deixou dizer “te amo”!