O túmulo
O ciúme de Mariene era incontrolável. Gérson não podia olhar pro lado na rua que era um escândalo na hora. Se ele falasse o nome de outra mulher, mesmo que fosse amiga em comum do casal ou uma parente, Mariene já criava mil histórias.
O casamento já estava insustentável, Gérson não aguentava mais o ciúme doentio. Ela parecia estar louca, sem controle. Gérson dizia que ela tinha ciúmes da própria sombra. Mariene dizia que era amor demais.
Ele não aguentou mais num domingo a tarde depois de um escândalo no restaurante por causa de uma garçonete, Gérson voltou pra casa e deixou Mariene sozinha lá.
Quando ela voltou pra casa viu o marido arrumando as malas deu uma crise de choro, implorou para que ele ficasse. Fez mil promessas. Mas ele não voltou atrás saiu com as malas e elas aos gritos se colocou em sua frente chorando:
- É amor Gérson... Tudo que eu faço é por amor.
- Era amor... Mas você deixou nascer o ciúme nesse amor. E agora o amor morreu e o ciúme não.
- O amor é mais forte que a morte. Amor não morre...
- Morre... Acaba... O amor é forte como a morte. Mas ela acaba virando apenas uma lembrança. A gente sente saudades, mas o que resta é ver aquele túmulo gelado. Nosso amor foi lindo, mas restou agora só o seu ciúme que é uma lembrança triste, é um túmulo frio.
E Gérson foi embora deixando Mariene chorando no chão. Ela correu atrás dele mas apenas viu o carro sumir na rua.