OLHE MAIS UMA VEZ
A menina olhava pela janela com os olhos marejados, com pequenos soluços entrecortados expressando uma dor profunda. Seu querido amigo estava sendo enterrado no fundo do quintal. Já não poderia brincar pelas manhãs com o seu cão. O avô aproximou-se, abraçando-a e conduzindo-a pela sala para a janela da frente da casa para poder observar o jardim. Enquanto avô e neta percorriam o espaço de uma janela à outra, ele disse: “ Quanta tristeza, não é ” . O comentário fez com que a netinha chorasse convulsivamente. Ao chegarem à outra janela, o avô abriu as cortinas, de onde se podia ver o jardim. Em seguida comentou: “ Lembra daquela roseira que está florescendo ali na frente Veja como estão lindas as rosas amarelas. Fomos nós que a plantamos! ” . Passados alguns segundos, para que pudesse observar a cena descrita pelo avô, a menina parou de chorar, vendo as flores que enfeitavam o lindo jardim. Lembrou-se que ela teve participação nisso e esboçou um sorriso. O avô ficou feliz e complementou: “ Veja, minha filha. A vida nos oferece sempre várias janelas pelas quais podemos escolher olhar ” .