A GATA E A SACADA
Dessas noites que a lua se abusa
E as estrela pinicam a retina
Caiu, não sei de onde, em minha sacada
Uma gata assanhada, a lamber o pelo
Sacana e viçosa, riscou meu olho com o seu,
Murmurou um ronronar matreiro
E num átimo de ardor e anseio
Roçou seu pelo macio e elétrico
Em minha pele retesa e fria
Pegou fogo, estática a duelar com as estrelas
Eu virei leite e fui bebido, numa lambida
Desde então, minha sacada virou picadeiro
A gata, noite e noite, a miar baixinho
Eu, feito palhaço, a pular no cio.
Malandra!