A GATA E A SACADA

Dessas noites que a lua se abusa

E as estrela pinicam a retina

Caiu, não sei de onde, em minha sacada

Uma gata assanhada, a lamber o pelo

Sacana e viçosa, riscou meu olho com o seu,

Murmurou um ronronar matreiro

E num átimo de ardor e anseio

Roçou seu pelo macio e elétrico

Em minha pele retesa e fria

Pegou fogo, estática a duelar com as estrelas

Eu virei leite e fui bebido, numa lambida

Desde então, minha sacada virou picadeiro

A gata, noite e noite, a miar baixinho

Eu, feito palhaço, a pular no cio.

Malandra!

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 21/03/2014
Código do texto: T4737434
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