Incidente de Férias - (seriado parte 10)

Não preciso nem contar o quanto a curiosidade veio a galope.

Estava no meio dos meus deleites oníricos quando ela como que desvendando sumariamente meus íntimos segredos me falou com suavidade:

“Eu sei que você necessita mais a respeito desta marca. Vou te dar algo que também marcará para sempre este momento” e colocando suas delicadas mãos em meu rosto, me deu um delicioso beijo na boca.

Não foi um beijo qualquer como tantos que eu já tinha dado na vida, mas sim um beijo impregnado de todos os sentimentos mais deliciosos que um homem pode receber de uma mulher ao longo de sua existência.

Ao sair só completou: “eu vou estar sempre com você”. Eu fiquei ali estático, ou melhor, apatetado, sem reação alguma. Olhei para o meu relógio e percebi que estava parado nas vinte e uma horas, talvez tenha se quebrado no acidente.

Sentei-me, e com os braços apoiados sobre a mesa segurei o rosto com as mãos e fechei os olhos numa tentativa de me recompor daquela sofrida separação.

Eu não queria mais abrir os olhos, queria ficar ali imaginando ela juntinho de mim. Eu estava com medo de enfrentar a realidade. Quando eu poderia vê-la, novamente, onde? Meu Deus que loucura, eu vou enlouquecer!

Quando abri os olhos a realidade era bem mais espantosa e sofrida do que eu tinha ou poderia ter imaginado. Eu estava dentro do meu carro numa total falta de orientação espacial. (continua na próxima edição)

João Azeredo
Enviado por João Azeredo em 09/03/2014
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