O céu e o oceano
No principio não havia nada e aos pouco o azul foi surgindo. Ele se chamava céu e de sua imensidão observa tudo mais ser criado, ele se encantava com cada detalhe que ia aparecendo, mas quando o oceano nasceu, o céu resplandeceu.Ele não podia parar de olhar um novo azul. Tão encantador, tão magnífico e imenso quanto ele.
E o mesmo aconteceu com o oceano, ele primeiro sentiu a terra, a areia, o vento mas quando abriu os olhos ele viu o céu e um sorriso se formou. Que ser mais belo, a coisa mais bonita que ele já viu e uma cor como a sua.
O tempo passava e o céu se encantava cada vez mais pelo oceano. Suas criaturas maravilhosas. Suas ondas potentes. Seus dias de fúria com sua força de maremotos. Aquele azul do oceano era tudo para o céu. Mesmo nos dias de ressaca onde havia tons de cinza, o céu sabia esperar o azul marinho voltar.
O oceano fazia a mesma coisa, chegava a suspirar olhando o céu. O azul formoso, claro, cintilante que acalma toda a alma. E mesmo noite onde o azul se torna quase negro atiçando a curiosidade do oceano pois aquele azul tão escuro era encantadoramente misterioso. E até nos dias de tempestade o oceano admirava o céu, seus raios e trovões e no fim ele sentia a mesma fúria tentando se tornarem um só... Mas nunca se encontravam... E na tristeza sem fim do oceano o céu lhe dava um arco-íris.
O céu queria tocar o oceano e o oceano queria tocar o céu, mas aquilo era proibido. Os azuis não podem estar, ficar, permanecer juntos. E nenhum dos dois entendia o porquê daquilo ser errado se eles queriam simplesmente se amar.
Sem mais nada a fazer o desejo do oceano em ter o seu céu amado era tão forte que ele explodia de tentações até virar vapor... E queimando de desejo seu calor chegou ao céu. E ao tocar o quente vapor do oceano o céu em delírio de prazer choveu como num gozo incontrolável e também conseguiu com suas gotas tocar o oceano.
Desde então eles descobriram que os azuis podiam se tocar, se ter, se amar pois o desejo do amor é tão poderoso que faz o céu ter o oceano e o oceano ter o céu.