Incidente de Férias - (seriado parte 5)
Parecia que eu estava mesmo no caminho certo.
Fiquei deduzindo que pudesse ser um mirante, com banquinhos de madeira, onde os casais de namorados adoravam ir pra fazer uma bela farra, mas a iluminação não condizia com a minha imaginação.
Meu jeito bronco de ser estava longe de pensar em casais de namorados que se amam, fazem poemas de amor tendo como inspiração uma linda paisagem noturna da cidade.
Acabei rindo ao pensar que aquelas férias poderiam render muitas novas garotas. Quem sabe até pudesse me render um caso amoroso por aquelas bandas para no futuro lembrar como mais um troféu conquistado.
Bem, não preciso nem mencionar que essas já eram razões mais que suficientes para ir ao encontro daquela promissora luz.
Foi numa daquela sequência infindável de curvas que me vi já dentro de um clarão imenso que me cegou por completo.
Eu não conseguia sequer conduzir o carro, somente pisei no freio e mantive a direção em frente e fui diminuindo a velocidade até parar.
Imagine só que coisa maluca, eu estava dirigindo com um só farol, naquela estrada escura, a luz forte estava distante e de repente eu já estava dentro dela.
Meus olhos levaram alguns instantes até irem se acostumando com aquela mudança súbita de luminosidade.
A princípio vi muitos vultos se mexendo em volta do carro, mas não conseguia distinguir os rostos.
Aos poucos fui percebendo mais detalhes destas pessoas. Elas sorriam para mim, o que me deu uma grande sensação de alívio a ponto de me sentir seguro para sair do carro.
Só então tive a real percepção daquele paradisíaco local.
Um lugar imenso, cheio de mesas com toalhas impecavelmente brancas e fartamente servidas.
O que me deixou ainda mais maravilhado é que havia muitas garotas, incrivelmente bonitas, e sorrindo como se me dissessem “venha, queremos te conhecer meu amor”.
Se existe paraíso, eu certamente estava dentro dele.
Fui caminhando por entre aquelas mesas, apreciando a fartura humana que eu tinha ali disponível. Era um esplendor de garotas para todos os gostos, ou melhor, para o meu gosto.
Vi ao fundo uma mesa vazia e quando me dirigi para lá percebi que havia um cartão. Pensei em me sentar até que chegasse alguém, mas por incrível que pareça o tal cartão tinha mesmo o meu nome.
Não preciso nem dizer que quase caí das pernas, mas estava bem claro: “mesa reservada ao Sr. Patrick”.
Ou era uma tremenda coincidência ou um bem esquematizado caso de pegadinha, daquelas que só se vê na televisão. Sim, é isso mesmo, poderia ser o pessoal do meu trabalho querendo aprontar comigo, com as minhas férias. (continua na próxima edição)