Incidente de Férias - (seriado parte 4)
Percebi que ali diante dos meus olhos havia uma estradinha de terra, uma estrada vicinal, que talvez pudesse me levar àquela estranha luz.
Ela continuava lá em cima do morro, e as vezes, até me dava à sensação de que estava no céu.
Fiquei pensando, “vai que essa seja a luz para eu encontrar a garota dos meus sonhos”?
Era só o que faltava, eu também estar perdendo da cabeça.
Foi nesse momento que resolvi romper com o meu modo sempre certinho de ser que, inclusive até já me custou a perda de muitas garotas.
Talvez fosse bom aproveitar aquele instante para dar vazão a um lado meu mais imprevisível, descontraído, aventureiro como um Indiana Jones metropolitano.
Me questionei se existia mesmo um lado assim em mim.
Esse poderia ser o momento para uma grande mudança na minha vida.
Não sei como, mas segui o meu instinto mais doido e primitivo.
Dei uma ré, pisei no acelerador e peguei a tal estradinha que me levaria sabe lá onde.
Sentia-me um novo aventureiro ao destino da garota perdida, um tesouro de valor incalculável.
Acabei dando risada ao pensar que se o Harrison Ford pode, por que eu não posso?
Essa seria a minha primeira cruzada para obter uma Alison Doody como tesouro, e para uma situação dessa eu não poderia medir sacrifícios.
Sempre fui pé no chão que até para fantasiar eu me restringia.
Na realidade não fazia parte de meus planos colocar ninguém definitivo em minha vida, a não ser conquistar tesouros.
Sempre tive muita dificuldade com relações duradouras.
Morro acima, lá ia eu, virando pra esquerda, virando pra direita e pelo retrovisor eu só via aquele poeirão todo. A cada curva meus olhos viam o tal feixe de luz, que agora começava a ficar cada vez mais próximo e intenso. (continua na próxima edição)