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               ENCONTRO NO CAMINHO DO SOL
 
          Tarde quente de verão, o poeta resolve sair um pouco de casa. Como dizia, ‘”sair do lugar comum”. Não poderia fazer nada sem que alguém por intrometimento saísse junto. Insegurança? Quem sabe. O que se tem certeza que após fotografar algumas flores na beira da rua para depois escrever sobre elas, saiu sem que ninguém percebesse. Versos vinham em sua mente. Uma verdadeira embriaguês poética. Foi andando sem destino, mas em seu íntimo sabia que era um rumo certo, que só mais tarde iria entender.
          No caminho por onde seguia, havia uma curva. A tarde já declinava. O sol poente formava uma paisagem linda de cor avermelhada. No lado oposto podia-se ver a noite começando a nascer. Seguiu em direção ao ocaso. Lembrou de uma música antiga chamada “Pela Estrada do Sol”. Sua alma saltava com a poesia que o incomodava querendo sair e ser colocada no papel...
          Sem se dar conta do tanto que havia andado, algo interessante avistou. Já estava fora da cidade. No campo. Uma estrada lúgubre, mas prosseguiu sem receio algum. Aquela “aparição” continuava naquele lugar, inerte. Para olhar contra a luz vermelha do sol que parecia com uma fogueira rubra, era uma pessoa sentada com as mãos no peito e um pouco encurvada. Foi se aproximando. Pensou em tirar uma foto, mas se arrependeu. Na verdade não teve forças para tirar a câmera do bolso.
          Chegou mais perto. Parou. Olhou e continuou a andar. Dava a impressão que a figura ficava mais distante. Estava sem o relógio de pulso. O celular havia desligado para que ninguém interrompesse, caso fosse escrever algo. Enfim, chegou onde pretendia...
          A mulher continuava sentada. Olhou-o por baixo, movendo apenas a cabeça. Cada um se apresentou. Começaram a conversar. Sem que lhe perguntasse o que havia acontecido, aos poucos foi contando da sua vida. Cada episódio bem resumido que falava, coincidia com algo familiar, vivenciado pelo escritor...
          Dentro da bolsa havia um caderno cheio com poemas. Utilizara até a capa. Dentro deste, uma folha solta. Ao retirar com admiração, caiu outra mais outra. Parecia um toque de mágica. Ao todo foram dez folhas. Naquele momento ficou imóvel. Tremendo. Com muito custo juntou os papéis, um por um. Começou a ler, mas não conseguia porque as lágrimas atrapalhavam... O que haveria acontecido? As letras eram douradas, escritas com pena de caneta-tinteiro. Motivo da admiração: Nunca vira antes aquele material, e nunca havia escrito nada com esse tipo de caneta, muito menos de cor dourada. Contra a pouca luz amarela do sol que restava, as letras brilhavam como ouro, e no meio da grafia parecia pequenos diamantes...
          O novo amigo pegou das suas mãos as folhas com os poemas misteriosos. Sentou ao lado da mulher, colocou um braço enlaçando seu pescoço e começou a ler. Cada palavra que lia, as lágrimas da poetisa tornavam mais abundantes. Havia uma numeração. Uma sequência de um a dez. Cada um dos poemas, contava da vida da menina, em versos. Desde o nascimento, sua infância na roça, sua vida na adolescência, casamento, perdas... ganhos... viuvez muito cedo... e registrado o primeiro poema que conseguiu escrever.  Nesse havia uma observação no final que dizia que a poesia sempre esteve em sua vida, mas ali estava o primeiro a ser colocado para que outros lessem.
          Os de números sete em diante, pareciam que alguém segurava para que não os lessem. Só conseguiu ler uma parte do sete. Ali estava escrito que encontraria alguém que a faria feliz, mas que seria tumultuada, por motivo de alguns problemas da parte dele... (...), mas que com o tempo superariam...
          Esses escritores até então praticamente anônimos, começaram a escrever como se fossem duetos. Um escrevia uma coisa, outro escrevia outra. Alguns momentos juntavam seus trabalhos e assim seguiram pela vida...

          Voltaram de mãos dadas. A noite foi curta para tanta emoção de ambos...
          O restante do poema número sete e os demais, serão lidos na sequência no tempo certo...
 
(Christiano Nunes)
 



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