Que Os Anjos Digam Amém
QUE OS ANJOS DIGAM AMÉM
Nasce em trinta e um de outubro do ano de dois mil e treze o bebê tão aguardado da família, Pablo era o mais novo filhinho do casal Pedro e Susie, lindo e cheio de ternura nasceu exatamente a meia noite do dia trinta e um, porém Pedro estava muito chateado com Susie, um conflito que se arrastava a meses, uma incompatibilidade de gênios que fez com que assim que Pablo nascesse o seu pai Pedro abandonasse Susie na maternidade, tudo isso por ter descoberto uma grande farsa da garota, uma jovem de menos de vinte anos e com uma beleza imensurável, já no hospital Pedro descobriu que não era o pai do bebê, ficou indignado e saiu para beber, enquanto Susie chorava ininterruptamente, todo esse mistério ocorreu justamente quando em uma das brigas Susie se deixou levar pelo pecado, talvez por isso ela tanto ficava enojada consigo mesma, a garota não esperava que fosse engravidar e tentou manter a farsa até documentos confidenciais chegarem ao hospital.
Pedro saiu na rua sem rumo, sem destino, já passava das duas da madrugada e ele se deitou em um banco da praça próximo ao hospital, acabou cochilando, alguns amigos passaram no local e tentavam acordar Pedro, mas nada do jovem rapaz que não era tão interessante quanto sua esposa, afinal Pedro não tinha tipo de galã de cinema, pelo contrário, usava aparelho e seus óculos o deixavam desconsertado, poderia Pedro também cair em tentação e danar a beber a madrugada inteira mas não, ele apenas dormiu, dormia e dormia, as horas passavam e o galo cantava a menos de cinco da matina, Pedro estava com vontade de urinar e acordou, fez xixi no meio de uma planta de bela fisionomia localizada próximo ao banco, o que chamou atenção naquela planta foi a tristeza de suas mudas, Pedro nem ligou e agachou-se do lado de um jardim de belas rosas e começou a chorar, sua mágoa poderia ser resolvida com muito amor, foi assim que ele pensou, a partir daquele momento ele lembrou de Pablo e começou a imaginar o que poderia fazer pelo garoto, antes disso as seis da manhã tomou seu café da manhã e decidiu que voltaria ao hospital.
Naquele momento Susie estava sedada, ela foi medicada após não passar bem depois que Pedro saiu do hospital, mesmo assim a jovem era forte e acordou antes da medicação passar, parecia pressentir algo, de imediato ela correu e chamou a enfermeira, a mesma lhe deu uma notícia triste e polêmica, de que havia um boato o qual o mundo poderia acabar naquele dia, claro que Susie não acreditou, continuou esperançosa que Pedro pudesse voltar, naquele momento ela foi novamente medicada e deu de mamar ao bebê Pablo que sorria feliz ao lado do colo da mãe. Susie sabia que tinha feito besteira mas mantinha a fé de que seu arrependimento tocasse o coração de Pedro, já o rapaz logo que tomou seu café correu em direção a primeira igreja próximo a padaria do bairro, lá encontrou o Padre Castor, com ele se confessou e pediu a Nossa Senhora e a Deus que lhe desse uma luz em como deveria proceder, logo após o término da oração escutou por traz da missa alguns gritos de pessoas conversando sobre a fé, Pedro ainda estava cabisbaixo e começou a ouvir a conversa atentamente:
“ Lembrem-se de que Jesus não curava por curar, lembrem-se de que ele sempre falava da fé, de como a fé remove montanhas, de como uma pessoa sem fé tem sua vida prejudicada, pois não acredita em seus ideais, não cria uma expectativa de viver, sem fé não somos nada “
Essas palavras foram de dois amigos que conversavam por traz da missa, logo ao ouvir essa dose extra de força de vontade Pedro correu em direção ao Padre Castor e disse:
- Padre, você ouviu isso ? Preciso de fé, eu tenho fé, vou manter a calma e recuperar a mulher que eu amo.
O padre então respondeu;
- Para isso filho, precisa saber perdoar, é perdoando que se é perdoado.
Pedro saiu feliz da vida, já estava próximo das dez horas da manhã e ele não tinha nem ido ao trabalho nem ligado para sua família, pouco importava, naquele momento Pedro queria recuperar sua família, no caso a bela Susie e Pablo, Pedro então pediu a Deus que só os unisse novamente caso a linda garota realmente estivesse arrependida.
Pouco antes do meio dia Susie estava ansiosa, não tinha para onde ligar, não sabia onde estava Pedro, para Susie que era ciumenta ao extremo Pedro havia ido beber ou estava com mulheres, na verdade o rapaz ainda recebeu convites na manhã de trinta e um de outubro, um dos convites foi de uma bela loira de um corpo exuberante que comemorava sua separação, Pedro a esnobou e mostrou a força de vontade de um homem que sabe o que quer, a bela loira nada tinha conseguido, como Susie não sabia o que se passava começou péssimos julgamentos contra Pedro, então quando se aproximava o meio dia Pedro ligou para Susie no hospital dizendo o quanto a amava, o quanto ela era importante para ele, o quanto ele queria tentar perdoá-la, mas o que ouvia dela eram palavras fortes de desconfiança:
“ Tenho certeza de que você não me ama mais Pedro, você deve ter passado a noite bebendo e farreando com mulheres “
Pedro retrucou calmamente:
- Você não conhece minha índole Susie, eu te amo e sei que voltarás a enxergar nossa família, digo mais acolho o menino Pablo mesmo que o mundo acabasse hoje como meu filho!
Logo em seguida a ligação caiu e ambos foram almoçar, Susie no hospital e Pedro em um lanche próximo ao trabalho, ele caiu de tristeza e Susie também, esgotados ambos rumaram a caminhos parecidos, o de ouvir uma palavra realmente amiga, Susie escutava conselhos das enfermeiras para repousar a tarde e Pedro resolveu escutar uma amiga confidente que era muito bela por dentro e por fora, sua alma resplandecia quando queria ajudar os outros, ela se chamava Margarida.
- Obrigado Margarida, muito obrigado pelas palavras, render-se jamais!!! Eu quero a minha família e tenho fé nisso.
Falou Pedro firmemente.
Após estas conversas ambos descansaram, Susie dormiu a tarde inteira e Pedro descansou parte dela e deu uma satisfação no trabalho antes de ir visitar Susie no hospital. Pedro saiu do seu trabalho com sensação de alívio e dever cumprido, já era fim de tarde e o sol se pôs como nunca, parecia ser realmente um dia diferente e atípico, passava das seis horas e Pedro pegou o ônibus em direção ao hospital, no caminho recebeu uma ligação, era Susie que ligou “Arriscando” que Pedro já estava com os celulares ligados:
- Pedro ? Me escuta, eu te amo meu amor, não chora pelo que fiz, chora de alegria pelo que podemos fazer, sei que és um homem de fé, tenho orgulho de você e isto vai passar, vamos dar uma chance ao nosso amor, vamos dar uma chance!
Pedro sorriu de uma ponta a outra no rosto e disse:
- Agradeço as palavras Susie.
Em seguida o rapaz desligou.
Faltavam apenas quatro horas para meia noite, estava perto do bebê Pablo completar um dia de vida, foi quando Pedro chegou a maternidade, feliz e olhando firme para todos deu um boa noite e pediu para ver Susie, logo que as portas do quarto se abriram vários pensamentos negativos vieram na cabeça de Pedro que evitou-os e resolveu fazer o que o coração mandou, dizer palavras de conforto para Susie:
- Eu te amo e nós vamos nos reconstruir, nem que o mundo se acabe.
Pedro então deu um beijo em Susie que lhe deu um abraço acalorado, até o bebezinho Pablo sorriu e parecia um final de novela, enfim eles estavam unidos novamente, Pedro estava preocupado pois já chegava as dez da noite após duas horas de longas conversas e acertos amorosos entre eles e Susie não tinha jantado, então lhe trouxe umas torradas com leite, uma delícia, ele a colocou para dormir e o menino Pablo também, foi quando faltavam quinze minutos para Meia noite, Pedro se preparava para descansar, mas ouviu estrondos fora do hospital, se desesperou e tentou proteger sua família de imediato, uma das bombas atingiu o quarto onde eles estavam e o fogo tomou conta, Pedro então decidiu pular do prédio já que eles ficavam em um leito no quarto andar e levou Susie e Pablo juntos, seja o que Deus quiser foi o que Pedro pensou, mas o amor pode apagar qualquer incêndio, o amor e a fé, faltando um minuto para meia noite, parecia tarde demais para Pedro e sua família que caiam do prédio rumo a morte. De repente dá meia noite do dia primeiro de Novembro e a enfermeira Rosa acorda Pedro, o jovem acordou assustado e não entendeu nada, era somente um pesadelo, nada que pudesse abalar a fé e o amor inabalável de um casal apaixonado. Assim era Pedro & Susie. Então que os anjos digam amém e iluminem casais que zelem o amor.