AMOR ANTIGO
Dirigindo pelas ruas da cidade num chamativo sábado, estou a olhar as caras novas que estão a enfeitar as ruas, finais de semana é assim mesmo nesta cidade tudo fica muito movimentado. Sempre quando saio fico na expectaiva de encontrar alguem, parece uma busca sem sentido, mas geralmente o que o coração nos mostra não tem sentido. Quando eu olho para um restaurante que me lembra o passado vi um rosto que era meu passado, meu presente e futuro, sim, ela estava sentada no Golden Food, que era nosso point favorito. Parei o carro e entrei, pedi uma dose de Whiskey passei uns minutos no balcão e ficava olhando discretamente pra ter a certeza que ela estava só, depois de alguns olhares cautelosos a certeza veio; é, estava só, fui na sua direção e ela sorriu pra mim.
Eu falei:
- Essa noite me deu uma surpresa!
Ela sorriu e disse:
- Tive que vir a cidade resolver alguns assuntos da faculdade, terminei o mestrado na capital e tive que vir aqui pegar algumas documentações, sente-se faça-me companhia.
Entre conversas, filé a parmigiana, suco de laranja sem açúcar e limonada suíça, o passado entrou na minha mente e no meu ser, eu amei tanto esta garota, amei...não sei, acho que ainda amo, encontrei muitas garotas desde que terminamos, mas o lugar dela no coração ainda se encontra intacto, ninguém me fez tremer até então. Ela parecia tão sozinha e acho que eu tinha a cura pra isso, vou deixar o papo fluir que os pensamentos de outrora irão ganhar o seu coração, pois ela costumava me amar tanto.
Depois de uns assuntos e um silêncio não tão breve, fitou-me dizendo:
- Você se foi a muito tempo!
Meu Deus, ela parecia tão contente em me ver que eu poderia ler seus pensamentos pelos seus olhos, ela costumava me amar de uma maneira que achava que nunca morreria. Eu juro que atrasaria o relógio pra voltar no tempo, ah quem me dera. Coloquei o passado na nossa frente, lembrei dos momentos maravilhosos e únicos que tivemos.
Eu disse:
- Não é tarde para começar de novo, vamos começar de onde paramos, vamos começar essa noite, ainda tenho muito a te oferecer.
De cabeça baixa e em silêncio ela permaneceu. Logo minha esperança e os lampejos de felicidade foram substituídos pelo pânico, quando se levantou pra ir embora e disse:
- Sim, estou precisando de alguma coisa, mas é algo que você não tem.
Fiquei olhando ela sair pela porta, meu Deus eu costumava a amar tanto, a amar tanto... Eu juro que atrasaria o relógio pra mudar o tempo.
E ela costumava a me amar tanto...