Rubi
Rubi era uma linda ciganinha de 14 anos. Morena, cabelos longos, olhos grandes e límpidos, sempre a sorrir. Em espanhol chamavam-na Rubí, La Gitana. Vivia com seus pais e seu povo num grande acampamento. Aprendeu desde o berço todas as tradições e costumes dos romani.
Rubi amava a natureza. Sua maior felicidade era sentar debaixo de uma árvore e ouvir o canto dos passarinhos, colher flores, tomar banho no rio com as outras meninas da tribo, cantar e dançar ao redor da fogueira. Conforme o costume, ela desde o nascimento estava prometida, como noiva, ao filho do Barô de sua tribo. O casamento não tardaria.
Mas quis o destino que, numa linda tarde de solo, Rubi conhecesse Arcangelo, um jovem que morava num povoado próximo. Ele fazia jus ao nome, parecia mesmo um anjo de tão bonito, tinha cabelos dourados e olhos azuis. Os dois se apaixonaram... Rubi sabia que o noivado, para seu povo, era sagrado, um pacto impossível de ser desfeito. Mas, não pode resistir e entregou-se ao amor...
Ela e Arcangelo se encontravam todas as tardes, debaixo da mesma árvore florida. A cada dia a paixão de ambos crescia mais. Então, certo dia, quanto os ciganos estavam para levantar acampamento, Rubi e Arcangelo decidiram que iriam fugir juntos. Casariam na primeira igreja que encontrassem, e iriam viver seu amor bem longe de tudo e todos.
Rubi aguardou ansiosamente o momento de partir com seu amado. Mas, seu noivo andava desconfiado e a seguiu. Decidiu que lavaria sua honra com sangue. No local combinado, ele surpreendeu Arcangelo e o matou com seu punhal.
Quando Rubi chegou, encontrou seu amado morto em meio a uma poça de sangue e seu noivo que as esperava, feições transtornadas numa máscara de ódio, o punhal cintilante para matá-la. Rubi não queria mais viver nesse mundo sem Arcangelo. Assim, ela mesma mergulhou seu peito contra a lâmina assassina e caiu morta. As entidades protetoras do amor, penalizadas, transformaram os jovens amantes em dois arbustos de copas entrelaçadas, que na primeira ficam cobertos de flores vermelhas da cor do sangue que derramaram.
Assim é o amor verdadeiro e fiel.