Rumo à Felicidade

Outro dia parei para ouvir uma das histórias de uma amiga, uma bela história por sinal. Que narrava o seguinte.

Já se faziam três meses que não conseguia pensar em outra coisa ou em outra pessoa que não fosse ele, ele me tinha como amiga mais aquilo já estava ficando difícil pra mim, eu já estava me sentindo sufocada por aquele sentimento que estava guardado no meu peito. Até que um dia me vesti de coragem, o abordei e falei de cara: - César não sei como te dizer isso, mais, eu estou gostando de você, e isso é tão forte que não consigo pensar em mais nada.

Acredita que ele arregalou aqueles lindos olhos e ficou mudo? Que ódio de mim mesma, queria sair correndo dali, mais era tarde demais, ele me pegou pelo braço me levou para um cantinho onde não tinha ninguém por perto e disparou: - Você está louca, está confundindo tudo, nos conhecemos a uns três meses e sou apenas seu amigo, além do mais tenho namorada, mesmo ela morando em outra cidade é com ela que estou.

Na hora pensei que estava sonhando, mais ele foi bem claro e sabe o que eu disse: - Calma, eu não quero namorar você, só precisava de alguém pra desabafar porque esse sentimento estava me matando, mais fique tranquilo, jamais foi minha intenção atrapalhar você e além do que eu não sabia que você tinha namorada. E fui saindo, sem nem olhar pra trás. Eu queria me matar, que vergonha, que ódio de mim e da minha boca grande.

Como já é de se esperar cheguei em casa aos prantos, passei uma semana toda sem comer direito, sem ir à faculdade, queria sumir. E ainda pra completar, no dia que resolvo sair de casa para ver se relaxava um pouco, quem encontrei na festa na casa da Flávia? Exatamente, ele, e para piorar a situação a namorada estava lá; foi estranho, pois os dois mal se falavam e nem se tocavam, se não fosse pela minha amiga eu não teria ficado sabendo, pelo menos não até o fim da festa.

Já estava tarde quando resolvi ir para casa, fui lá fora ligar para meus pais quando ouço uma voz desesperada me chamando: - Bia vem cá, deixa esse telefone, eu te levo para casa. Meu Deus era ele, e queria me levar embora, que coisa mais linda, mais eu fiquei meio sem entender mais o acompanhei até o carro, quando já ia abrindo a porta da frente para entrar ele abre a porta de trás e me disse, entre. Quando eu olhei aquela ridícula da namorada dele estava dentro do carro, eu não entendi nada, então fomos os três, mudos até a porta da minha casa onde despedi dizendo apenas obrigada e tchau.

Como eu fui idiota, não tinha nenhuma chance dele me levar sozinho pra casa, eu já não tinha forças para chorar, não conseguia esquecer aqueles olhos lindos, aquele perfume gostoso que exalava dele.

Mais uma semana inteira se passou e decidi não me trancar, mesmo com o coração partido e sem esperanças; convidei a Flávia para tomarmos um suco em uma lanchonete que fica em uma praça bem agradável, nos sentamos e estávamos até nos divertindo, quando vejo de repente aquele carro atravessando o sinal, brecando e parando a alguns metros de nós; a porta se abril e ele desceu com um olhar compenetrado e com o rosto sério, porém calmo: - Olá meninas, tudo bem? Estou a horas procurando você Bia, sua mãe me disse que estariam aqui, tenho que te entregar seus CDs, estão no carro vamos buscar?

Não acreditei, pensei estar sonhando, borboletas de debatiam no meu estomago, e eu estava tremendo, a Flávia, na tentativa de ajudar me disse: - Vai lá amiga, eu te espero aqui.

Me levantei, por um instante me esqueci como caminhava, respirei fundo e fui andando atrás dele e pedindo para a Flávia não sair de lá. Quando entramos no carro ele deu partida e disse para que eu ficasse tranquila, porque só iríamos até a rua debaixo para conversar, eu fui ficando quente, meu rosto vermelho parecia que ia explodir, foi um misto de vergonha e medo, pois estava caminhando para o desconhecido. Ele parou o carro e ligou o som, na hora passava o refrão de uma canção, de sucesso naquela época que diz mais ou menos assim (...) hoje a noite não tem luar, e estou sem ela, já não sei onde procurar, não sei onde ela está (...), e com o som ligado bem baixinho ele começou:

- Bia, eu estava te procurando, passei por vários lugares mais não te encontrei, resolvi ir na sua casa e quando soube que você estaria aqui vim direto, mais eu só tenho uma coisa pra te falar. (nessa hora eu estava sem pulso, com minhas mãos geladas e tremulas). Lembra que há umas duas semanas atrás eu te disse que estava namorando? Então, esquece aquilo, acabou.

Eu não conseguia acreditar no que meus ouvidos tinham escutado, me subiu uma onda de adrenalina e eu comecei a rir, sem nem disfarçar, parecendo uma criança que tinha acabado de ganhar o melhor presente da vida, fiquei repetindo: - É sério? Você tá tirando onda com a minha cara? Não acredito!

Ele começou a rir e disse: - Fique tranquila, pois não tem outro lugar que eu quisesse estar que não fosse aqui.

Fiquei corada de novo e senti uma paz e uma calmaria instantâneas, ele pegou minha mão e começou olhar fixamente nos meus olhos, uma onda de frio na espinha me rodeava, ele deslizando os dedos suavemente pelo meu braço até alcançar minha face, tocando nos meus cabelos, quando dei por mim ele estava tão próximo que podia sentir o seu hálito de Trident de melancia; nunca imaginei que me embriagaria por chicletes; e foi assim olhos nos olhos, respiração ritmada que aconteceu o nosso primeiro beijo. Não consigo te descrever o que senti com clareza, pois até hoje, anos depois, parece ter sido um sonho.

Após aquele rompante de nós dois, nos entreolhamos, ele deu uma risadinha tímida, e pegou no banco de trás os meus CDs e junto um botão de rosa vermelho, peguei e imediatamente li o pequeno cartão que dizia: A partir de agora até à eternidade!

Eu e ele sorrimos, ele aumentou o volume do som, e partimos rumo a felicidade!!!

Essa foi uma história que uma amiga me contou, quase inacreditável, mais eu te garanto, real.