Piso frio, janelas totalmente vedadas em um local aparentando ser um laboratório de pesquisa. No fundo da sala uma luz evidenciava um aparelho, de formato de um banheiro químico de rua com sua pequena porta. Um homem entra na sala. Passos firmes, decididos, param frente à porta do aparelho. Confere em seu bolso se carregava um pequeno frasco, com o líquido de regeneração. Coloca algumas malas dentro do aparelho, entra. Pequenos ajustes são executados nos controles dentro do aparelho. A porta é fechada, um botam é apertado. Dois minutos se passam. A porta do aparelho é aberta. Uma pessoa sai e sente uma dor de cabeça lhe tirava a paciência. Vestido de roupas brancas procura uma cadeira para se sentar. Olha o seu relógio e dá um breve sorriso. Observou a parede e ficou satisfeito com a data no painel luminoso: 13 de setembro de 2056.
Dias atuais
Uma onda de calor na cidade deixou o quarto de Raquel como a uma sauna. Depois de um plantão numa sexta-feira tudo que ela queria era dormir, descansar para na segunda-feira iniciar sua rotina de trabalho. Correu para a cozinha, abriu a geladeira e pegou uma grande porção de gelo, colocou em um copo, completou com água de seu filtro e caminhou para a sala completamente nua.
O barulho de um abrir e fechar de portas chamou a sua atenção. Levantou do sofá onde descansava, chegou à frente de um móvel e pegou um aparelho de vigilância que em sua tela mostrava o que ocorria no corredor entre os apartamentos.
Uma mudança, um homem com algumas malas entrava no apartamento frente ao seu. A porta estava aberta e podia-se ver o interior vazio, apenas com papelões jogados em um canto. Raquel ficou intrigada, mas resolveu voltar para o seu canto e sofrer deitada em um sofá o calor de um dia de verão.
Dezoito horas e Raquel se encontrava preparada para ir ao trabalho. Ao abrir a porta de seu apartamento percebeu o seu vizinho caminhando pelo corredor. No ombro ele carregava um Saxofone. Algo caiu de sua mão direita sem que ele percebesse, um livro. Raquel olhou o ocorrido e tentou chamar a atenção, mas o jovem havia entrado no elevador. Ao olhar o livro ficou curiosa com o nome do autor, ela conhecia e muito, Elisa Lucinda. O livro estava marcado em um poema - “Aviso da Lua Que Menstrua” e no poema uma parte marcada com marcador de textos cor amarela: “Ah, meu cão desejado tão preocupado em rosnar, ladrar e latir, então se esquece de morder devagar, se esquece de saber curtir, dividir. E aí quando quer agredir chama de vaca e galinha. São minhas duas dignas vizinhas do mundo daqui!”.
Do olhar curioso uma lágrima brotou, uma viagem se iniciou levando Raquel às dores de sua mãe. Foram poucos segundos até que a realidade voltou e ela se pós a caminhar para o seu trabalho.
O restaurante estava cheio. Várias mesas alinhadas frente a cadeiras almofadadas mostravam o seu glamour ao serem cobertas por belos panos em renda. No fundo um palco onde alguns músicos tocavam suaves músicas. Raquel se encontrou com uma grande amiga que dividia com ela, em turnos, o trabalho de gerente. Como de habito ela percorreu as mesas se apresentando e cumprimentando a todos. Na terceira mesa se encontrava o seu vizinho, ao seu lado o Saxofone. Raquel interrompeu o seu percurso e voltou para os seus pertences, que guardara em um pequeno armário. Pegou o livro e retornou para a mesa, o estendeu e escutou uma palavra de agradecimento.
A noite continuava e em um intervalo do conjunto o seu vizinho se levantou com o Saxofone na mão, conversou com o líder da banda e subiu ao palco. Depois de agradecer ao público pela paciência começou a tocar um solo de Kenny G para a Música Ave Maria. Foi arrebatador, Raquel chorava compulsivamente. Seu romântico vizinho desceu do palco, cumprimentou a todos e foi embora.
Raquel dormia seu sono de descanso em sua casa quando foi acordada por um barulho que lembrava um tiro. Pegou o seu aparelho de vigilância e viu a porta de seu vizinho entre aberta. Colocou um roupão, abriu a sua porta e empurrou a porta de seu vizinho.
No chão um corpo sangrava. Na mão direita uma arma ainda esfumaçava. Na mão esquerda um frasco vazio. Um grito chamou a atenção dos outros vizinhos. Logo uma ambulância chegou e o corpo foi levado com toda a urgência para o hospital.
Raquel entrou desorientada em sua casa. Colocou uma roupa, foi no apartamento de seu vizinho e pegou o seu Saxofone. Desceu para a rua, entrou em um taxi pedindo para seguir até o hospital que ele fora levado.
A noite chegara quando um médico se aproximou. Com poucas informações confirmou que o tiro passara em locais vitais do cérebro. O crânio fora perfurado e o estado do paciente não estava nada bom. Raquel foi conduzida até o quarto onde se achava o seu vizinho. No quarto se encontravam duas camas. Em uma estava o seu vizinho com seu corpo ligado a várias máquinas, na outra cama estava um jovem rapaz com as pernas quebradas. Um Detetive entrou no quarto e iniciou uma conversa com Raquel:
- O que a Senhora poderia falar sobre o incidente?
- Eu apenas escutei um tiro e corri para verificar e encontrei o meu vizinho baleado.
- Vamos aguardar um pouco para ver se ele recupera e depois continuamos. Tome o meu cartão caso se lembre de algo.
O Detetive se retirou. Raquel ficou olhando o seu vizinho, em sua mão o Saxofone. Pegou o cartão do Detetive e leu o nome – Rafael Bennott. Curiosamente o sobrenome era exatamente igual ao seu, ela se decidiu a ligar em outro dia para verificar esta coincidência.
Raquel entrou em um restaurante do centro da cidade. No fundo do restaurante, sentado em uma cadeira frente a uma mesa se encontrava o Detetive. Após se acomodar frente ao Detetive iniciou-se uma longa conversa.
Raquel descobriu que o Detetive tinha um parentesco com ela. Entre outros assuntos um chamou-lhe a atenção, a incidência de câncer no pâncreas na família do Detetive. A conversa se prolongou por algumas horas. Mas o assunto sobre o câncer levou Raquel a voltar ao hospital para marcar uma consulta.
Não foi percebida nenhuma alteração em Raquel que levasse a um câncer, mas a partir daquele instante ela começou a tomar todas as precauções.
Quatro meses se passaram e Raquel colocara em sua rotina uma visita para o seu vizinho no hospital. Nestas visitas ela acabou iniciando uma amizade com Rogério Vernatt, o rapaz que dividia o quarto com seu vizinho. Físico e engenheiro em mecatrônica, Rogério mostrou-se um grande amigo e após alguns meses em um atencioso namorado.
Raquel estava em sua casa. Acabara de receber um telefonema de Rogério, agora seu noivo. Caminhando pela casa viu o Saxofone escorado na parede de sua sala. Pegou o instrumento com a intenção de levá-lo para o seu quarto. Ao levantá-lo um papel caiu. Raquel pegou o papel e fez uma leitura: “Este instrumento pertence a Rogério Vernatt”. Raquel perdeu o equilíbrio, imagens chegavam a sua mente sem que descobrisse um sentido para tudo aquilo. Ela decidiu ir ao hospital ver o seu vizinho, na mão ela carregava o saxofone.
Foram minutos de angustia até que ela chegasse ao hospital. Logo na entrada do hospital ela percebeu o alvoroço. Chegando ao quarto de seu vizinho encontrou o Detetive:
- O que está acontecendo Rafael?
- Ontem uma enfermeira preparou o seu vizinho para dormir e hoje pela manhã ele havia desaparecido.
14 de setembro de 2056.
Entre os corredores do hospital, em uma ala para doentes de câncer, no quarto 967 estava Raquel. Rogério estava sentado ao seu lado. Olhou para porta e um homem entrou. Logo em sua entrada Raquel expressou algumas palavras:
- Ah, meu cão desejado tão preocupado em rosnar! – Declamava então Raquel o seu poema preferido.
- Se esquece de saber curtir, dividir. E aí quando quer agredir. - Acompanhava o homem na entrada de seu quarto. - Um breve silencio até que ele caminhou até a cama de Raquel. Olhou para o lado da cama e lá estava Rogério, seu pai. Do outro lado da cama estava um Saxofone:
- Toca uma música para a mamãe meu filho.
Rogério Vernatt pegou o instrumento e começou a tocar um solo de Kenny G para a Música Ave Maria.
Fim...
Dias atuais
Uma onda de calor na cidade deixou o quarto de Raquel como a uma sauna. Depois de um plantão numa sexta-feira tudo que ela queria era dormir, descansar para na segunda-feira iniciar sua rotina de trabalho. Correu para a cozinha, abriu a geladeira e pegou uma grande porção de gelo, colocou em um copo, completou com água de seu filtro e caminhou para a sala completamente nua.
O barulho de um abrir e fechar de portas chamou a sua atenção. Levantou do sofá onde descansava, chegou à frente de um móvel e pegou um aparelho de vigilância que em sua tela mostrava o que ocorria no corredor entre os apartamentos.
Uma mudança, um homem com algumas malas entrava no apartamento frente ao seu. A porta estava aberta e podia-se ver o interior vazio, apenas com papelões jogados em um canto. Raquel ficou intrigada, mas resolveu voltar para o seu canto e sofrer deitada em um sofá o calor de um dia de verão.
Dezoito horas e Raquel se encontrava preparada para ir ao trabalho. Ao abrir a porta de seu apartamento percebeu o seu vizinho caminhando pelo corredor. No ombro ele carregava um Saxofone. Algo caiu de sua mão direita sem que ele percebesse, um livro. Raquel olhou o ocorrido e tentou chamar a atenção, mas o jovem havia entrado no elevador. Ao olhar o livro ficou curiosa com o nome do autor, ela conhecia e muito, Elisa Lucinda. O livro estava marcado em um poema - “Aviso da Lua Que Menstrua” e no poema uma parte marcada com marcador de textos cor amarela: “Ah, meu cão desejado tão preocupado em rosnar, ladrar e latir, então se esquece de morder devagar, se esquece de saber curtir, dividir. E aí quando quer agredir chama de vaca e galinha. São minhas duas dignas vizinhas do mundo daqui!”.
Do olhar curioso uma lágrima brotou, uma viagem se iniciou levando Raquel às dores de sua mãe. Foram poucos segundos até que a realidade voltou e ela se pós a caminhar para o seu trabalho.
O restaurante estava cheio. Várias mesas alinhadas frente a cadeiras almofadadas mostravam o seu glamour ao serem cobertas por belos panos em renda. No fundo um palco onde alguns músicos tocavam suaves músicas. Raquel se encontrou com uma grande amiga que dividia com ela, em turnos, o trabalho de gerente. Como de habito ela percorreu as mesas se apresentando e cumprimentando a todos. Na terceira mesa se encontrava o seu vizinho, ao seu lado o Saxofone. Raquel interrompeu o seu percurso e voltou para os seus pertences, que guardara em um pequeno armário. Pegou o livro e retornou para a mesa, o estendeu e escutou uma palavra de agradecimento.
A noite continuava e em um intervalo do conjunto o seu vizinho se levantou com o Saxofone na mão, conversou com o líder da banda e subiu ao palco. Depois de agradecer ao público pela paciência começou a tocar um solo de Kenny G para a Música Ave Maria. Foi arrebatador, Raquel chorava compulsivamente. Seu romântico vizinho desceu do palco, cumprimentou a todos e foi embora.
Raquel dormia seu sono de descanso em sua casa quando foi acordada por um barulho que lembrava um tiro. Pegou o seu aparelho de vigilância e viu a porta de seu vizinho entre aberta. Colocou um roupão, abriu a sua porta e empurrou a porta de seu vizinho.
No chão um corpo sangrava. Na mão direita uma arma ainda esfumaçava. Na mão esquerda um frasco vazio. Um grito chamou a atenção dos outros vizinhos. Logo uma ambulância chegou e o corpo foi levado com toda a urgência para o hospital.
Raquel entrou desorientada em sua casa. Colocou uma roupa, foi no apartamento de seu vizinho e pegou o seu Saxofone. Desceu para a rua, entrou em um taxi pedindo para seguir até o hospital que ele fora levado.
A noite chegara quando um médico se aproximou. Com poucas informações confirmou que o tiro passara em locais vitais do cérebro. O crânio fora perfurado e o estado do paciente não estava nada bom. Raquel foi conduzida até o quarto onde se achava o seu vizinho. No quarto se encontravam duas camas. Em uma estava o seu vizinho com seu corpo ligado a várias máquinas, na outra cama estava um jovem rapaz com as pernas quebradas. Um Detetive entrou no quarto e iniciou uma conversa com Raquel:
- O que a Senhora poderia falar sobre o incidente?
- Eu apenas escutei um tiro e corri para verificar e encontrei o meu vizinho baleado.
- Vamos aguardar um pouco para ver se ele recupera e depois continuamos. Tome o meu cartão caso se lembre de algo.
O Detetive se retirou. Raquel ficou olhando o seu vizinho, em sua mão o Saxofone. Pegou o cartão do Detetive e leu o nome – Rafael Bennott. Curiosamente o sobrenome era exatamente igual ao seu, ela se decidiu a ligar em outro dia para verificar esta coincidência.
Raquel entrou em um restaurante do centro da cidade. No fundo do restaurante, sentado em uma cadeira frente a uma mesa se encontrava o Detetive. Após se acomodar frente ao Detetive iniciou-se uma longa conversa.
Raquel descobriu que o Detetive tinha um parentesco com ela. Entre outros assuntos um chamou-lhe a atenção, a incidência de câncer no pâncreas na família do Detetive. A conversa se prolongou por algumas horas. Mas o assunto sobre o câncer levou Raquel a voltar ao hospital para marcar uma consulta.
Não foi percebida nenhuma alteração em Raquel que levasse a um câncer, mas a partir daquele instante ela começou a tomar todas as precauções.
Quatro meses se passaram e Raquel colocara em sua rotina uma visita para o seu vizinho no hospital. Nestas visitas ela acabou iniciando uma amizade com Rogério Vernatt, o rapaz que dividia o quarto com seu vizinho. Físico e engenheiro em mecatrônica, Rogério mostrou-se um grande amigo e após alguns meses em um atencioso namorado.
Raquel estava em sua casa. Acabara de receber um telefonema de Rogério, agora seu noivo. Caminhando pela casa viu o Saxofone escorado na parede de sua sala. Pegou o instrumento com a intenção de levá-lo para o seu quarto. Ao levantá-lo um papel caiu. Raquel pegou o papel e fez uma leitura: “Este instrumento pertence a Rogério Vernatt”. Raquel perdeu o equilíbrio, imagens chegavam a sua mente sem que descobrisse um sentido para tudo aquilo. Ela decidiu ir ao hospital ver o seu vizinho, na mão ela carregava o saxofone.
Foram minutos de angustia até que ela chegasse ao hospital. Logo na entrada do hospital ela percebeu o alvoroço. Chegando ao quarto de seu vizinho encontrou o Detetive:
- O que está acontecendo Rafael?
- Ontem uma enfermeira preparou o seu vizinho para dormir e hoje pela manhã ele havia desaparecido.
14 de setembro de 2056.
Entre os corredores do hospital, em uma ala para doentes de câncer, no quarto 967 estava Raquel. Rogério estava sentado ao seu lado. Olhou para porta e um homem entrou. Logo em sua entrada Raquel expressou algumas palavras:
- Ah, meu cão desejado tão preocupado em rosnar! – Declamava então Raquel o seu poema preferido.
- Se esquece de saber curtir, dividir. E aí quando quer agredir. - Acompanhava o homem na entrada de seu quarto. - Um breve silencio até que ele caminhou até a cama de Raquel. Olhou para o lado da cama e lá estava Rogério, seu pai. Do outro lado da cama estava um Saxofone:
- Toca uma música para a mamãe meu filho.
Rogério Vernatt pegou o instrumento e começou a tocar um solo de Kenny G para a Música Ave Maria.
Fim...