O AMOR DE CATHERINE
Dentro do talhado e silencioso quarto. Catherine aborta a voz da chuva que vem de fora - fechando a vidraça da janela. Indefinidas certezas sustentam o próprio olhar. Rever as memórias costuradas dos tempos juvenis.
No arremesso do sol ao poente à chegada das estrelas – ela se pega em imensuráveis pensamentos - tantos amores se foram e um se quer vasculhou-me o coração: - pensa e repensa. Um nó prende-lhe a superfície da garganta e vem uma crispada aflição, um choro silencioso e com o gosto de escombros. Em formas de gotas, o suor invade-lhe a face e a perda dos fragmentos estelares é perceptível.
De ímpeto: fios de lembranças se organizam em seu pensamento e nas esgarçadas razões dos sentimentos viscosos, que, ora afloram-se em seu peito - vem uma claridade a força e uma expressão de felicidade.
E no extirpado voo – quase desvairado, descobre, que ama mesmo Jacques. Pedalados estribilhos, rostos nas entrelinhas dos cometas, galáxias e quasares - entrelaçados sons são puros eixos imaginários e sensações resolúveis, redimensionam-lhe ao sentimento maior do ser humano: O AMOR.
Catherine segura bem firme o espelho, penteia seus lindos cabelos negros - e na amplitude da concepção, toma uma atitude. autoimaginando-se abrindo as arestas do coração: - Irei imediatamente procurar o Jacques e dizer-lhe que o amo, que sinto um amor cintilante e verdadeiro por ele. Eternamente.
Acende um cigarro na composição - no entrelaçamento do fogo e fumaça - risos de felicidade...
Edição de imagens:
Shirley Araújo
Texto: O amor de Catherine
Shirley Araújo
Texto: O amor de Catherine