Pequena história de amor
Conheceram-se de maneira inusitada. Ambos estudavam para seguir a carreira religiosa, ela seria freira, ele seria padre. Nenhum dos dois estava desgostoso da vida, nenhuma das famílias impusera ou pedira nada a eles. Muito pelo contrário. A mãe dela se lamentava porque a única filha não iria usar o vestido de noiva que ela própria usara. O pai dele não se conformava que não teria um neto, pois seu único filho resolvera ser padre.
A verdade é que decidiram seguir o caminho religioso porque gostavam, achavam que tinham vocação. O coração de ambos era terreno que ninguém até então tinha pisado.
Numa noite de muita chuva na cidade, muitas pessoas ficaram desabrigadas. No dia seguinte, as pessoas de bom coração correram para ajudar os desabrigados. Pessoas comuns, ONGs, entidades religiosas...
Os dois, aspirantes a anjos do Senhor na terra, estavam lá. Corriam de um lado para o outro ajudando as pessoas e, de repente, um grito de dor fez com que corressem na mesma direção. Uma mãe desesperada chorava e gritava porque seu único filho parecia não respirar.
Os dois chegaram ao mesmo tempo perto da mãe desesperada e tiveram a mesma reação: pegar a criança nos braços para tentar reanimá-la com uma massagem. Após alguns minutos, a criança deu sinal de vida e uma luz de esperança envolveu o local.
Pela primeira vez, os dois se entreolharam numa cumplicidade de quem tinha feito o bem! E uniram-se naquele olhar, descobrindo um sentimento que ia além da alegria de ter salvo uma vida. Ainda não sabiam que nome dar ao que sentiam, mas sabiam que era tão forte e verdadeiro que, a partir daquele momento, suas vidas mudariam para sempre!