Conto - Sede de Amor - Segunda Parte

Segunda Parte - Conto -Sede de Amor

Letícia afasta -se da janela. Enquanto Eric deixa o quarto ela coloca uma saia estampada com uma blusa branca. Penteia os longos cabelos negros,e o prende num coque bem no alto da cabeça. Logo está sentada em frente a ele.

O homem a olha consternado. Não sabe o que fazer com sua esposa tão nova, linda e cheia de vida. Sem conseguir disfarçar a dor que a segue, Letícia belisca um pedaço da broa com um pouco de café. Logo se levanta para arrumar a pequena casa em que estavam. Vindos de família pobre, aquele pedaço de terra pertencia ao avô de Eric, que deixara para o seu pai, e agora era dele.. .Foi ali que ele nasceu. Eric recordava de sua infância com muito carinho. Havia pouco tempo perdera os pais num acidente de ônibus, quando saíram do sertão da Bahia e foram visitar a capital, Salvador. Nessa época, Eric estava terminando seus estudos de contabilidade . Na capital, morava com uma irmã da sua mãe. Sabia da vinda dos pais, e ficou paralisado ao saber do acidente. Depois de alguns meses, já um pouco refeito do acontecido, mas com muita tristeza,decidiu namorar com Letícia, aquela linda moça que estudava com ele, no último ano do curso de contabilidade. Depois das festas e dos diplomas, resolveram se casar no ano seguinte. Eric a respeitava e queria passar a lua de mel na casa deixada pelos pais, no sertão da Bahia. Letícia amava Eric , se guardara para ele , pois sempre percebera o clima existente entre eles . Após o casamento , já com as malas prontas, pegaram o ônibus para o interior , e de lá um automóvel , já bem antigo, que carregava os poucos passageiros que apareciam por ali.Já havia dois meses que estavam na casa , pequena, mas de um certo conforto, apesar dos pais de Eric não serem ricos, terem apenas aquela casa e uns cinco alqueires de terra para tomar conta. O velho José e sua esposa, caseiros que sempre ajudavam os familiares do rapaz, haviam preparado a casa para recebê-los.

Tudo estava na mais perfeita ordem. Chegaram cansados e suados da viagem . Logo , no pequeno banheiro com água que vinha da pequena caixa, via os canos incrustados na parede que trazia o rico mas parco líquido de um açude perto dali, devolvendo ao casal o alívio de um banho refrescante.

Autora : Margareth Rafael

margarethrafael
Enviado por margarethrafael em 08/12/2013
Código do texto: T4603390
Classificação de conteúdo: seguro