Dois Amigos e um Segredo- Parte 4

Leon sabia onde ficava o tal apartamento, já estivera lá muitas vezes. Era o lugar onde Andrei costumava se isolar para compor, se drogar e promover suas festinhas secretas. Leon disse á namorada que não sabia a que horas iria voltar, que Andrei estava precisando dele. Quando o controle remoto abriu o portão da garagem e ele saiu com o carro, sentiu que estava ansioso para rever seu grande amor, que alguns dias era tempo demais para ficar longe dele, sem ouvir sua voz, sem tê-lo ao alcance das mãos...

Chegando lá, encontrou Andrei bastante alterado. O vocalista estava bebendo caipirinha de vodka e sobre uma revista Leon percebeu várias carreiras de pó branco.

- Foi mal, cara... - disse Andrei...- Foi mal te chamar agora, mas não estou legal...

- Sou seu melhor amigo, não sou? - respondeu Leon. - Estou aqui pra o que você precisar. Que foi que houve?

- Eu e a Gisele... a gente se separou.

Leon arregalou os olhos.

- Como assim, cara? Um casamento de tanto tempo... e as crianças? Vocês tem que pensar neles também...

- Ah, ela vai me arrancar uma boa pensão, não vai? - tornou Andrei com ironia. - Então que se foda...

Preparou uma caipirinha para Leon, outra para si, e os dois sentaram no sofá. Andrei começou a explicar que sua relação ia mal há muito tempo, que sua mulher implicava com seu uso de drogas e queria que ele fizesse um tratamento.

- Eu não sou viciado, - afirmou - Páro na hora que eu quiser. Você acha que eu sou dependente dessa merda, cara?

Leon engoliu sua caipirinha e não disse nada. Andrei levantou-se, preparou duas carreiras de cocaínas e um canudinho, e ofereceu a Leon.

- Toma! Ou você tem medo da branquinha também? Só fuma erva...

Leon não gostava de cheirar cocaína, ardia muito e seu nariz sangrava depois, mas naquela noite sentiu que estava precisando de algo mais forte. Tinha um vago pressentimento... pegou sua dose e cheirou profundamente.

Sentiu as narinas queimando como fogo, mas depois um calor reconfortante se espalhou pelo seu corpo, uma sensação de poder e segurança o invadiu. Olhou para Andrei, ao seu lado, que estava descalço, apenas com uma bermuda velha e uma camiseta azul marinho, os cabelos bagunçados, como sempre. Como o amava... como queria beijar aquela boca...

Andrei passou o braço em torno de seus ombros, dizendo:

- Quer saber da real, cara? Eu sempre fui o maior pegador, mas estou de saco cheio de mulher!

- Sério?

- Estou te dizendo...

Ou é agora que estou drogado, ou nunca mais, pensou Leon.

- Eu te amo, Andrei...

Andrei olhou para o amigo atônito.

- Como é que é?

- É isso que você ouviu. Eu te amo... eu sou louco por você. - e, num gesto de coragem que a cocaína lhe dava, Leon segurou o queixo do amigo e o beijou na boca. É o fim de tudo, pensou logo em seguida, nunca mais ele vai querer me ver. Se levantou, mas Andrei o puxou pela mão.

- Onde você vai?

- Vou embora...

- Quem disse que eu quero que você vá embora? Puta merda, eu não sabia, cara... - e fez Leon sentar em seu colo. Se beijaram novamente, um explorando a boca do outro com a língua. Ficaram assim agarrados um bom tempo, se beijando, se mordendo, se apertando um contra o outro, Leon dando vasâo ao seu amor, Andrei achando excitante aquela nova experiência... carregou Leon nos braços para o quarto.

Maryrosetudor
Enviado por Maryrosetudor em 05/12/2013
Reeditado em 04/12/2014
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