AMOR NÃO SE EXPLICA
 
Berenice não é de se jogar fora. Tipo mulher carnuda, com seios em destaque, querendo extrapolar, olhos verde-mar e... não quero que riem... estrábicos. E, ainda, além de olharem para lados opostos, um deles, o esquerdo, dá umas giradas inoportunas.

Foi aí que me apaixonei de vez. Quando me olha de forma especial, oferecendo amor e muito mais, a tremidinha me faz passar um frêmito pela espinha e se instalar no sexo. É genial.

Os colegas já me interrogaram, fizeram comentários, tipo assim: qual é, meu chapa? Fazer o quê? O estranho olhar me cativou, amarrou meus sentimentos, assim como o roer de unhas, meu vício, que ela me proibiu.

Coisa de doido isto que faz o amor. Quando levo um dedo à boca, que antes me dava tremenda satisfação ao dar uma roída nas unhas, fico em conflito. Parece que os olhos de Berenice se sacodem e me gritam: não! 

 
MADAGLOR DE OLIVEIRA
Enviado por MADAGLOR DE OLIVEIRA em 20/10/2013
Reeditado em 20/10/2013
Código do texto: T4533307
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