SEJA FELIZ !
Sentada no confortável assento do trem, que tomara em Roma, com destino a Amalfi, Conchetta olhava encantada a paisagem, enquanto seus pensamentos vagavam.
Tantos planos para conhecer a bela Itália, ela fizera. Finalmente ali estava, e decidira começar seu grande sonho, conhecendo a Costa Amalfitana.
Mas, não fora o acaso, o responsável por fazê-la escolher, iniciar a viagem por aquela região.
Além, de já haver lido muito sobre as belezas do lugar, Conchetta tinha motivos muito especiais para a escolha. Sua avó, de quem herdara o nome, e os incríveis e belos olhos azuis da cor do céu, nascera em Amalfi, e jamais esquecera das belezas do lugar, enquanto vivera.
A paixão de sua vó, por Amalfi, contagiou Conchetta, que prometeu a si mesma, que um dia pisaria aquele chão.
Não via a hora de conhecer a linda Cattedrale di Sant'Andrea, em Amalfi, onde sua nona, um dia, se casara, com o grande e único amor de sua vida, o nono Francesco.
Conchetta era escritora por vocação e profissão. Estava decidida a escrever a história de amor de seus avós, e tinha certeza que a Itália, onde eles nasceram, se conheceram e casaram, seria o lugar ideal para esse antigo projeto.
Seu avô, nascera em Positano, uma pequena Comuna, muito próxima de Amalfi. Tinha talento culinário, como todo bom italiano, e as saladas que ele preparava, eram deliciosas.
Enquanto olhava a vista pela janela do trem, Concetta rememorava as deliciosas combinações de ingredientes que o nono Francesco usava para preparar suas receitas.
Difícil, seria decidir a que mais ela gostava. Talvez, a Caponata, fosse a sua preferida, ele a preparava com: Pão italiano, mozzarela cremosa, tomates fatiados, atum, folhas verdes e cenoura. Claro, tudo regado a muito azeite extra virgem italiano. Mas, quem sabe não preferisse a Caprese, que o avó fazia com: Tomates, mozzarela, azeite e folhas de manjericão fresco.
Rindo, de suas lembranças, tratou de prestar atenção ao rico cenário que via pela janela.
Mas a imagem daquele casal especial que viveu um casamento feliz, por mais de meio século, e que só a morte separou, não a deixava.
Era fácil para ela, imaginá-los à sua frente, de mãos dadas, olhando-a realizar um grande sonho.
Por fim, depois de descer do trem e tomar um barco, esse a deixou em seu esperado destino, na Comuna de Amalfi.
Com o coração tomado pela emoção, Conchetta, caminhou pelas estreitas ruas antigas, sem saber para onde olhar, tamanha era a beleza do cenário.
Levou um susto, quando um belo ragazzo, perguntou, se ela não deseja provar uma granita de limão. Era meio dia, e o sol se fazia belo e quente, mesmo sendo começo de outono. Ela aceitou a oferta, e depois de pagar pela deliciosa raspadinha de limão siciliano, agradeceu e seguiu o caminho rumo ao hotel, que havia reservado.
Subiu por varias encostas, perguntando aqui e ali, até chegar ao seu destino.
O hotel, era encantador, em seu quarto, encaminhou-se até a varanda, e quase desfaleceu com a maravilhosa paisagem da região, encostas repletas de casas coloridas, circundadas por belos jardins, e lá em baixo um mar de um azul, como ela nunca havia visto.
Quando conseguiu desprender o olhar da bela vista, rumou para o banheiro, ligou o chuveiro, e refrescou-se de tantas e tantas horas de viagem. Afinal necessitara de avião, trem e barco para chegar até aquele destino mágico.
Desceu para almoçar, e decidiu caminhar, e entrar em um restaurante que lhe apetecece. E não foi preciso andar mais do que poucos metros, para sentir-se atraída pela aparência rústica, e pelo aroma delicioso que vinha de dentro de um pequeno ristorante.
Sentou-se, e um belo homem veio atendê-la, falou usando além da voz, as mãos e o olhar. E, encantou Conchetta, pela beleza, simpatia, e carisma que possuia.
Em um italiano aprendido com seus avós, ela disse a ele, que lhe trouxesse o prato, que achasse mais saboroso.
Em poucos minutos, uma travessa com perfumadas bruschettas, estavam à frente dela. Incrível, como nunca provara uma bruschetta de sabor igual aquele, fatias de pão crocante nas bordas e macias ao centro, cobertas com doces tomates italianos, temperados com sal, azeite e folhas de manjericão. Junto veio o vinho, e o belo ragazzo, disse que seria por conta da casa, ela aceitou, agradeceu, provou e aprovou.
Depois, de um tempo, o prato principal foi servido: "spaghetti alle vongole", al dente.
Conchetta, estava acostumada a culinária italiana, preparada pelos seus nonos, mas como aquela, ah, nunca havia comido igual.
Ao final do banquete, o carismático garçon, lhe trouxe uma deliciosa panacotta com calda de chocolate. E mais uma vez ela teve que admitir, que nunca comera uma sobremesa tão saborosa.
Após o café expresso, que veio no ponto, ela pediu a conta.
Ele, ao invés de atendê-la, pediu para sentar. O rapaz, se apresentou, chamava-se Genésio, começaram a conversar. Conchetta contou o que a trouxera até Amafi. E, o quanto estava encantada com a região.
Depois de mais de duas horas de conversa, em que ela teve oportunidade de ver que seu italiano estava fluente, quando ela fez menção de se retirar, ele, lhe disse, que a conta era por conta da casa.
O ristorante era de sua família, e ele fazia questão de oferecer-lhe aquela refeição, e perguntou, se não poderiam encontrarem-se mais tarde. Ela aceitou, e o encontro foi marcado nas escadarias do Duomo di Sant'Andrea.
Conchetta, que já estava encantada pelo jovem e belo italiano, achou interassante o local por ele escolhido. Nessa igreja, seus avós haviam se casado.
A noite, quando viu-se frente as escadarias, da grande Cattedrale, ela se emocionou. Pareceu ter visto o vulto de seus amados avós, caminhando por ali de mãos entrelaçadas.
Genésio, já estava lá a esperar por ela. Juntos subiram os muitos degraus, até chegarem as portas da belíssima igreja, onde uma explosão de lágrimas inundaram o rosto da bela jovem. Ali, fora o cenário onde o sonho de amor de Francesco e Conchetta, se realizara.
Alguma coisa, fez a jovem sentir, que seu destino se ligara ao de Genésio. Sem querer, seus olhos azuis buscaram os do rapaz, e o que ela viu no olhar dele, fora o suficiente, para perceber que era recíproco.
Fazia um ano, que Concetta chegara a Amalfi, e o livro dedicado ao amor vivido por seus avós, estava quase no final.
Sentada no ristorante onde conhecera Genésio, ela pensava nos caminhos estranhos que a vida tem, para que o amor aconteça.
Ela viera até a Costa Amalfitana, com a intenção de realizar o sonho de conhecer a terra de seus nonos. Nunca pensou, que fosse encontrar o amor de sua vida.
Olhando o mar de cor turquesa, bem à sua frente, ela, recordava com emoção do dia que adentrou o Duomo di Sant'Andrea, vestida de noiva. Lembrou, que atravessou toda a belíssima nave sozinha, mas com a estranha sensação, de que seu nono Francesco a conduzia com carinho pelo braço.
E, lá no altar, além do belo noivo a esperar por ela, por alguns segundos, Conchetta podia jurar, que vira sua nona querida, sorrindo feliz.
Diante do altar, de alguma forma, Conchetta ouviu sua vó dizendo-lhe: "A história de amor está se repetindo. Seja feliz"!
(Imagem: Lenapena - Cattedrale di Sant'Andrea, em Amalfi - Itália)
Sentada no confortável assento do trem, que tomara em Roma, com destino a Amalfi, Conchetta olhava encantada a paisagem, enquanto seus pensamentos vagavam.
Tantos planos para conhecer a bela Itália, ela fizera. Finalmente ali estava, e decidira começar seu grande sonho, conhecendo a Costa Amalfitana.
Mas, não fora o acaso, o responsável por fazê-la escolher, iniciar a viagem por aquela região.
Além, de já haver lido muito sobre as belezas do lugar, Conchetta tinha motivos muito especiais para a escolha. Sua avó, de quem herdara o nome, e os incríveis e belos olhos azuis da cor do céu, nascera em Amalfi, e jamais esquecera das belezas do lugar, enquanto vivera.
A paixão de sua vó, por Amalfi, contagiou Conchetta, que prometeu a si mesma, que um dia pisaria aquele chão.
Não via a hora de conhecer a linda Cattedrale di Sant'Andrea, em Amalfi, onde sua nona, um dia, se casara, com o grande e único amor de sua vida, o nono Francesco.
Conchetta era escritora por vocação e profissão. Estava decidida a escrever a história de amor de seus avós, e tinha certeza que a Itália, onde eles nasceram, se conheceram e casaram, seria o lugar ideal para esse antigo projeto.
Seu avô, nascera em Positano, uma pequena Comuna, muito próxima de Amalfi. Tinha talento culinário, como todo bom italiano, e as saladas que ele preparava, eram deliciosas.
Enquanto olhava a vista pela janela do trem, Concetta rememorava as deliciosas combinações de ingredientes que o nono Francesco usava para preparar suas receitas.
Difícil, seria decidir a que mais ela gostava. Talvez, a Caponata, fosse a sua preferida, ele a preparava com: Pão italiano, mozzarela cremosa, tomates fatiados, atum, folhas verdes e cenoura. Claro, tudo regado a muito azeite extra virgem italiano. Mas, quem sabe não preferisse a Caprese, que o avó fazia com: Tomates, mozzarela, azeite e folhas de manjericão fresco.
Rindo, de suas lembranças, tratou de prestar atenção ao rico cenário que via pela janela.
Mas a imagem daquele casal especial que viveu um casamento feliz, por mais de meio século, e que só a morte separou, não a deixava.
Era fácil para ela, imaginá-los à sua frente, de mãos dadas, olhando-a realizar um grande sonho.
Por fim, depois de descer do trem e tomar um barco, esse a deixou em seu esperado destino, na Comuna de Amalfi.
Com o coração tomado pela emoção, Conchetta, caminhou pelas estreitas ruas antigas, sem saber para onde olhar, tamanha era a beleza do cenário.
Levou um susto, quando um belo ragazzo, perguntou, se ela não deseja provar uma granita de limão. Era meio dia, e o sol se fazia belo e quente, mesmo sendo começo de outono. Ela aceitou a oferta, e depois de pagar pela deliciosa raspadinha de limão siciliano, agradeceu e seguiu o caminho rumo ao hotel, que havia reservado.
Subiu por varias encostas, perguntando aqui e ali, até chegar ao seu destino.
O hotel, era encantador, em seu quarto, encaminhou-se até a varanda, e quase desfaleceu com a maravilhosa paisagem da região, encostas repletas de casas coloridas, circundadas por belos jardins, e lá em baixo um mar de um azul, como ela nunca havia visto.
Quando conseguiu desprender o olhar da bela vista, rumou para o banheiro, ligou o chuveiro, e refrescou-se de tantas e tantas horas de viagem. Afinal necessitara de avião, trem e barco para chegar até aquele destino mágico.
Desceu para almoçar, e decidiu caminhar, e entrar em um restaurante que lhe apetecece. E não foi preciso andar mais do que poucos metros, para sentir-se atraída pela aparência rústica, e pelo aroma delicioso que vinha de dentro de um pequeno ristorante.
Sentou-se, e um belo homem veio atendê-la, falou usando além da voz, as mãos e o olhar. E, encantou Conchetta, pela beleza, simpatia, e carisma que possuia.
Em um italiano aprendido com seus avós, ela disse a ele, que lhe trouxesse o prato, que achasse mais saboroso.
Em poucos minutos, uma travessa com perfumadas bruschettas, estavam à frente dela. Incrível, como nunca provara uma bruschetta de sabor igual aquele, fatias de pão crocante nas bordas e macias ao centro, cobertas com doces tomates italianos, temperados com sal, azeite e folhas de manjericão. Junto veio o vinho, e o belo ragazzo, disse que seria por conta da casa, ela aceitou, agradeceu, provou e aprovou.
Depois, de um tempo, o prato principal foi servido: "spaghetti alle vongole", al dente.
Conchetta, estava acostumada a culinária italiana, preparada pelos seus nonos, mas como aquela, ah, nunca havia comido igual.
Ao final do banquete, o carismático garçon, lhe trouxe uma deliciosa panacotta com calda de chocolate. E mais uma vez ela teve que admitir, que nunca comera uma sobremesa tão saborosa.
Após o café expresso, que veio no ponto, ela pediu a conta.
Ele, ao invés de atendê-la, pediu para sentar. O rapaz, se apresentou, chamava-se Genésio, começaram a conversar. Conchetta contou o que a trouxera até Amafi. E, o quanto estava encantada com a região.
Depois de mais de duas horas de conversa, em que ela teve oportunidade de ver que seu italiano estava fluente, quando ela fez menção de se retirar, ele, lhe disse, que a conta era por conta da casa.
O ristorante era de sua família, e ele fazia questão de oferecer-lhe aquela refeição, e perguntou, se não poderiam encontrarem-se mais tarde. Ela aceitou, e o encontro foi marcado nas escadarias do Duomo di Sant'Andrea.
Conchetta, que já estava encantada pelo jovem e belo italiano, achou interassante o local por ele escolhido. Nessa igreja, seus avós haviam se casado.
A noite, quando viu-se frente as escadarias, da grande Cattedrale, ela se emocionou. Pareceu ter visto o vulto de seus amados avós, caminhando por ali de mãos entrelaçadas.
Genésio, já estava lá a esperar por ela. Juntos subiram os muitos degraus, até chegarem as portas da belíssima igreja, onde uma explosão de lágrimas inundaram o rosto da bela jovem. Ali, fora o cenário onde o sonho de amor de Francesco e Conchetta, se realizara.
Alguma coisa, fez a jovem sentir, que seu destino se ligara ao de Genésio. Sem querer, seus olhos azuis buscaram os do rapaz, e o que ela viu no olhar dele, fora o suficiente, para perceber que era recíproco.
Fazia um ano, que Concetta chegara a Amalfi, e o livro dedicado ao amor vivido por seus avós, estava quase no final.
Sentada no ristorante onde conhecera Genésio, ela pensava nos caminhos estranhos que a vida tem, para que o amor aconteça.
Ela viera até a Costa Amalfitana, com a intenção de realizar o sonho de conhecer a terra de seus nonos. Nunca pensou, que fosse encontrar o amor de sua vida.
Olhando o mar de cor turquesa, bem à sua frente, ela, recordava com emoção do dia que adentrou o Duomo di Sant'Andrea, vestida de noiva. Lembrou, que atravessou toda a belíssima nave sozinha, mas com a estranha sensação, de que seu nono Francesco a conduzia com carinho pelo braço.
E, lá no altar, além do belo noivo a esperar por ela, por alguns segundos, Conchetta podia jurar, que vira sua nona querida, sorrindo feliz.
Diante do altar, de alguma forma, Conchetta ouviu sua vó dizendo-lhe: "A história de amor está se repetindo. Seja feliz"!
(Imagem: Lenapena - Cattedrale di Sant'Andrea, em Amalfi - Itália)