Capítulo 12 - A volta dos olhos misteriosos

Há dias em que você se sente feliz, mas nem sempre é assim, as vezes percebemos que nem tudo é tão bom quanto parece e alguns momentos podem mudar tudo para sempre, bem foi difícil ver alguém de quem se gosta se contorcendo no chão, Lya estava ali na minha frente, com dois caras do hospital tentando em vão ajudá-la, sentia em mim mesmo a dor...

Bem vou resumir isso por que não é algo que eu goste de falar, ela sofria de asma e passou mal, a mãe não soube o que fazer, e agora estamos todos bem, de volta ao hospital, Lya me olhando enquanto eu seguro a mão dela, e que vontade de beijar aquele rosto lindo dela, mas infelizmente não posso, não consigo achar essa coragem dentro de mim.

Me escondi do mundo durante uma semana, mensagens aos montes de Bianca e Lya enchiam o meu celular, mesmo assim decidi ficar no meu canto e pensar de vez em uma decisão, se eu deixasse Bianca eu me culparia de deixa-lá sozinha com a mãe, Jack estava cuidando de Morgana, mas mesmo assim eu me sentiria culpado, e se eu magoar Lya não vou me perdoar também, é difícil, confuso e estranho.

Os dias estavam passando rápido, já era sexta e eu decidi sair, convidei Bianca para ir ao cinema, e quando fui busca-lá, Daniel, o pai da Lya, me ligou, me convidando para ir pescar com ele no domingo, disse que iria pensar e responderia até no sábado, chegamos ao cinema e rolou todo um clima estranho, não me sentia mais tão apaixonado e Bianca percebia isso o que dificultava ainda mais o nosso contato.

Acordei cedo e falei com meus pais, logo em seguida liguei para o Daniel aceitando a proposta de pesca para o domingo, mas já dizendo que eu não tinha prática e muito menos as "coisas" de pesca, ele agradeceu e sairíamos as dez da manhã.

Por um tempo, fiquei só pensando no que Daniel planejava com aquilo, se falaria de Lya, ou alguma outra coisa, isso me dava calafrios e meus braços já se cansavam de dar de ombros pelas perguntas de meus pais sobre quem era aquele senhor que me convidará a pescar.

Fomos a um parque, Daniel disse que era da empresa onde trabalhava, e que ganhou quinze dias de "sussego" devido ao acidente, e eu me via um pouco obrigado a estar ali, mesmo assim tentei parecer o mais empolgado possível, funcionou.

Passamos seis horas a beira de uma lagoa, pegamos ao todo dezesseis peixes, claro que foram doze do Daniel e apenas quatro meus, haha, pois é, perdi feio para o pai da Lya, mas isso nem foi o que me preocupava naquela hora.

-O que acha dela? - ele perguntou mencionando Lya.

-Bem nem sei o que dizer, ela é incrível, me faz tão bem...

-E você pretende ter algo com ela? - ele insistiu.

-Sinceramente? Não posso dizer nada a respeito disso, eu tenho um carinho enorme pela sua filha, mas não a vejo como uma futura namorada...

-Ok, eu desisto de entender esses jovens de hoje. -rimos.

Eu já estava ficando doido, mas fui trabalhar enfim, Jack veio correndo atrás de mim logo que cheguei no escritório tive que desviar ou iriamos os dois pro chão, então ele veio dizendo que estava apaixonado e todo aquele blá blá blá romântico, e me avisou que uma certa pessoa voltaria e nessa hora eu liguei para Bia:

-Bom dia, a Sabryna vem mesmo passar um dias ai? - perguntei.

-Bom dia, vem sim por que? saudades? - senti o ar de ciúme

-Sim muitaaaaaa, haha, você sabe que eu te amo. - respondi

-Ok! Nós vemos hoje a noite? quero tocar uma música pra você.

-Sim, irei depois então, beijo até.

-Beijo meu lindo.

Sabryna me dava calafrios, mesmo assim me senti bem em saber que iria revê-la, no meio de tanta confusão ela talvez teria as palavras que eu precisava ouvir ou a ideia genial de ir espionar a casa de alguém, sendo quem é eu não duvido nada daqueles olhos castanhos.

Cheguei na casa da Bianca as oito da noite, as estrelas brilhavam tanto que até era fácil não prestar atenção na ausência da lua, e subindo os degraus escutei uns ensaios... então tentei não fazer muito barulho o que foi um pouco difícil quando ela parou de tocar e abriu a porta enquanto eu tentava ouvir atrás da porta, quase cai em cima dela.

-Oi sabe que isso não vale né?

-O que não vale?

-Ficar "espiando" atrás da porta a sua namorada tocando violão. - sim ela usou os dedos para representar as aspas.

-Sério, pensei que essa regra valia apenas em casamentos e no fato do noivo não poder ver a noiva antes do casamento.

-É mais eu faço as regras no meu quarto! - ela falou de um jeito engraçado

-Ok senhorita estou a seu dispor.

Nos beijamos e aproveitei a noite ao lado dela mais uma vez, pude sentir o calor de um amor voltando, eu esperava estar feliz, e que todas as minhas dúvidas acabassem, quem sabe não é? a música estava perfeita, ela sabia mesmo tocar aquele violão, e a cada palavra eu me apaixonava mais por aquela menina como na primeira vez.

Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 15/10/2013
Reeditado em 20/10/2013
Código do texto: T4527083
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