Anastácia

Anastácia vivia em uma cidadezinha na beira do rio, tinha dois filhos, Geórgia e Miguel. Seu marido, Carlos trabalhava muito, só voltava depois de um mês para casa, com a comida que conseguia, na maioria das vezes era apenas uma galinha ou um pequeno peixe. Depois de um mês Carlos chega:

- Oh, ainda bem que chegastes cedo, as crianças estão com fome assim como eu, o que trouxe? Fale-me que trouxestes um grande peixe - disse Anastácia esperando o marido contar sobre sua caçada.

- Que pena, consegui uma galinha e um pequeno peixe, guarde-os para o mês que vem. Não estarei aqui, irei para o bar do barco azul.

Um pouco depois bateram na porta, Geórgia abriu a porta, aproximou-se e se deu conta que o pai não voltaria tão cedo. O mensageiro estava entregando uma carta para Anastácia:

- Por favor, poderia entregar uma carta para Anastácia?

- Ela está lavando roupa na beira do rio, poderia não incomodá-la? Ela está um pouco chateada, eu á entrego a carta.

O mensageiro entregou a carta à Geórgia e disse que só a entregou porque ela era confiável, Anastácia já havia falado de sua filha enquanto trabalhava na beira do rio. Anastácia recebeu a carta através de Miguel:

- Mamãe, Geórgia recebeu uma carta, na verdade a carta era para você, não sei quem mandou.

-Obrigada filho, na verdade também não sei quem mandou a carta.

Anastácia abriu a carta com todo o cuidado do mundo, quando abriu só havia uma folha, com uma letra linda.

“Olá, enviei essa carta por conta de uma mudança que haverá ao lado de sua casa, para não incomodar mandei essa mesma carta para todos da vizinhança. Adoro crianças e animais, não me incomodarei com eles, se sinta a vontade com todas as atividades que realizar no dia á dia. Obrigada, F. Moreira, seu novo vizinho.”

Anastácia ficou curiosa e saiu em busca de informações de quem era F. Moreira, que se mudaria daqui a três dias. Anastácia não ficou muito surpresa de achar Carlos em um bar falando mentiras sobre o tempo em que ficou fora à procura de comida. Anastácia perguntou a todos sobre quem era F. Moreira, menos a um homem desconhecido que vinha em sua direção, antes que ele visse Anastácia correu em sua direção, quando tropeçou e caiu nos braços dele:

-Oh, me desculpe, queria saber quem é F. Moreira.

- Está falando com ele, por que a dúvida?

-Bom, você nos enviou uma carta e fiquei curiosa.

- Tudo bem, houve uma mudança de planos e me mudei hoje.

Os dois saíram do lugar, Anastácia sugeriu um piquenique para apresentar melhor a cidade para F. Moreira, que confessou que seu nome é Fernando Moreira. Os dois conversaram muito na beira do rio, enquanto Carlos ficava no bar á horas.

- Anastácia, nunca fui recebido tão bem por um vizinho, gostaria de me apresentar mais da cidade amanhã?

- Claro!

Os dois se despediram e foram para suas casas. Quando Anastácia acordou Carlos estava á encarando:

- Porque ficou fora a noite toda? E ainda mais acompanhada daquele corretinho.

-Você pode ficar a noite fora e eu não? Ainda mais porque é melhor estar fora à noite com boa companhia do que ficar fora com péssima companhia.

- Desde quando amigos do bar são ma companhia?

-Desde que eles bebem

Carlos saiu muito irritado de lá direto para o bar do barco azul, que para a sorte de Anastácia saiu para negócios, como o bar era um barco era comum ele sair para comprar bebidas e novos clientes viciados em beber para ir para o seu país. Carlos ficou tão bravo que saiu de barco á procura do navio Bebide´s, o mais chique navio de bebidas do país, que vendia uma cerveja por R$100,00. Quando Carlos entrou no navio todos observaram suas vestimentas rasgadas e sujas:

- Me desculpe acho que se enganou de navio, o bar do barco azul fechou? – Disse o garçom rindo de suas vestimentas.

- Me dê a bebida mais cara que tiver aqui, lembre-se nada de economizar na dose- Disse Carlos praticamente ignorando o que o garçom disse.

Enquanto isso Anastácia foi se encontrar com Fernando, os dois se encontraram na beira do rio:

- Anastácia! Vejo uma pessoa de palavra, queria que existisse mais pessoas assim, não sabia que tinha marido, é verdade?

- Não, tenho certeza que é um boato.

Os dois conversaram até que Anastácia viu Carlos voltando cheio de bebidas:

-Oh, me desculpe, tenho que ir.

Anastácia deixou Fernando na beira do rio, quando Fernando percebeu que Anastácia havia deixado o seu turbante. Fernando pensou em ir devolver na casa da moça, mas temia em não deixá-lo entrar, porque os seus filhos poderiam não gostar dele. Preferiu entregar a moça pessoalmente e a sós com ela.

Quando Anastácia entrou na casa pegou pão, ovos e peixe. Ela perguntou a Carlos o que havia acontecido com a casa, cheia de bebidas de marca:

- Carlos o que houve?

- É que me provocaram no bar do Bebide´s, por isso comprei tudo isso, sairei amanhã para a caçada, só voltarei o mês que vem.

Um mês depois...

Fernando encontrou Anastácia pela última vez:

- Olá, bom para mim isso é uma despedida- disse Anastácia

- Por quê?

- Eu menti, tenho um marido e ele voltará para casa hoje, daqui a pouco.

- Antes dessa despedida só queria dizer que nunca irei te esquecer.

Anastácia e Fernando olharam para o lado e viram Carlos chegando no navio que trabalha. A primeira coisa que ele viu foi a esposa com Fernando. Carlos saiu na direção dele com um terrível olhar segurando uma lança. Carlos se aproximou de Anastácia e disse:

- Eu sabia, porque mentiu para mim?

- Porque sei que não aceitaria nem uma amizade.

Quando a esposa terminou de falar Carlos pegou a lança e jogou em Fernando, que estava na beira da montanha, caiu nas pedras e foi levado por uma baleia que Carlos procurava a anos. Anastácia empurrou Carlos da montanha, que conseguiu se levantar muito fraco gritando:

- Porque fizestes isso? Sempre te apoiei e te dei comida.

- Não sei, só sei que é para a minha segurança, posso só estar fazendo bem para mim mesma, mas fará que não me lembrarei de Fernando, um verdadeiro amigo.

Anastácia chorou até a noite, quando todos do bairro chegaram jogando flores pelo mar em homenagem a Fernando, jogando flores para Carlos apenas amigos do bar do barco azul. Essa história durou anos e anos no bairro, até que morreu com Anastácia aos seus 80 anos.

Gigiart
Enviado por Gigiart em 04/10/2013
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